Sinopse (na língua original): The Egyptians were famous in the ancient world for their knowledge of magic. Religion, medicine, technology, and what we would call magic coexisted without apparent conflict, and it was not unusual for magical and practical remedies for illness, for example, to be used side by side. Everyone resorted to magic, from the pharaoh guarding his country with elaborate magical rituals to the expectant mother wearing amulets to safeguard her unborn child. In this book, Geraldine Pinch examines the connections between myth and magic and the deities--such as the goddess Isis, and the protective lion-demon Bes--who had special magical importance. She discusses the techniques of magic, its practitioners, and the surviving magical texts, as well as the objects that were used in magic: figurines, statues, amulets, and wands. She devotes a chapter to medicine and magic and one to magic and the dead. Finally, Dr. Pinch shows how elements and influences from Egyptian magic survived in or were taken up by later societies, right down to our own century.
Autora: Geraldine Pinch
Ano: 1995
Editora: Univ of Texas Pr
Páginas: 191
Uma obra de alto nível para uma genuína compreensão de diversos aspectos relativos à magia e à espiritualidade egípcia, dois temas intimamente relacionados e explorados com maestria, sem uma complexidade linguística desnecessária, apenas objetividade e clareza de ideias, resultando em uma leitura leve e fluida. O respaldo arqueológico é essencial, e reflete aspectos valiosos para a compreensão das práticas mágicas dos antigos egípcios, sejam os ritos efetuados por sacerdotes nos templos, ou de forma particular por magos e/ou pessoas comuns.
Os textos mágicos e papiros são frequentemente referenciados em todos os capítulos, elucidando de maneira pragmática mas não simplista as fórmulas, encantamentos e visões por trás da magia kemética. Independentemente do nível de conhecimento do leitor sobre o assunto, há muito a se descobrir e explorar a partir desse livro, cuja riqueza de detalhes é impressionante, e se beneficia de uma coleção de imagens de artefatos em museus para auxiliar na visualização dos diversos objetos citados e como eram utilizados.
A organização temática é bem elaborada e realiza uma progressão de saberes coesa e gradual, fornecendo uma percepção consistente acerca da magia praticada pelos keméticos, sem um misticismo indevido nem um academicismo limitante e preconceituoso. Os detalhes e informações levantadas são incríveis, pois revelam muitas características práticas (e úteis para magistas) de feitiços e encantamentos, amuletos, estátuas, gestos, varinhas e papiros, e faz uma análise precisa e bastante abrangente quanto às técnicas mágicas para diferentes finalidades, e como elas se encaixavam dentro da mentalidade kemética, usando sempre de fontes arqueológicas e históricas.
O último capítulo aborda o impacto e a influência que a sabedoria oculta egípcia teve na cultura e nas crenças dos povos antigos e medievais, esclarecendo inclusive as infundadas teorias sobre o Tarô ter uma origem egípcia, e a errônea associação dos povos Romi (coloquialmente denominados ciganos) com o Egito. Aqui há algumas referências a sistemas mágico-filosóficos como o Hermetismo, a Cabala e outras tradições do período, mas apenas a um breve título de informação.
Uma crítica que tenho em comum com outros leitores é que a autora menciona as datas em formatos que são pouco comuns na Egiptologia (para facilitar para o público geral, imagino) e não costuma indicar qual a dinastia ou período específico a que se refere, o que seria substancial para estudiosos e facilitaria na compreensão do contexto histórico. Mas dada a complexidade do tema, que se alterou bastante no decorrer da história egípcia e é complexo de se analisar quando adicionamos o viés temporal, julgo que o trabalho de Geraldine Pinch está impecável.
A ansiar por uma releitura,
Alannyë Daeris.
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