Ficha Técnica
Autora: Lora O'Brien
Ano: 2019
Editora: Llewellyn Publications
Páginas: 240
Esse é um guia prático e objetivo sobre o tema do sacerdócio pagão na modernidade, indicado para todos aqueles que buscam entender melhor sobre o que é um sacerdote e o que é necessário para se tornar um. A autora concentra-se em parâmetros gerais a respeito do sacerdócio, e elucida com responsabilidade e coerência os principais temas relativos a esse ofício, independente do foco, panteão ou dos objetivos que você tenha em mente com seu sacerdócio - público ou privado, envolvendo algum projeto pessoal, dentre outras possibilidades exploradas no decorrer da obra.
A autora divide o livro em duas partes, primeiro elucidando a respeito das atividades pastorais, que dentre outras responsabilidades, envolvem a interação com a comunidade e o acolhimento de indivíduos necessitados, mentoria e ensino de neófitos, liderança de grupos e de comunidades, e orientações para intervenção em situações críticas. Ela também explora as atividades sacerdotais, que tratam a respeito da devoção em covens, rituais religiosos, prática de magia e a ética dentro desse tema, comunicação com divindades e celebração de ritos de passagem.
Por ter uma ampla abrangência, em alguns momentos será necessário que o leitor encaixe e adapte as sugestões levantadas pela autora para que se adequem ao seu contexto e perspectiva pessoal, mas uma boa parte dos temas abordados são de importante reflexão e certamente auxiliarão quem tem interesse em seguir adiante com seus votos. E para quem possui dúvidas sobre se um sacerdócio pagão é o caminho certo para seguir, dificilmente continuará tendo essas dúvidas ao final da leitura, pois o livro traz muitas reflexões válidas e contextualiza de maneira prática quais as atribuições, responsabilidades e expectativas relacionadas a um sacerdote ou sacerdotisa.
Há uma preocupação evidente de Lora O'Brien a respeito da ética, estabelecendo regras quanto ao aspecto social do sacerdócio, e uma crítica pessoal que faço é que às vezes seu discurso soa forçado e exagerado, especialmente pelo contato que tive com relatos estrangeiros pouco elogiosos a respeito da autora e suas atitudes antiéticas e condenáveis em grupos e covens (que não dizem respeito a essa resenha, portanto não explorarei o assunto aqui), que contrariam por completo as declarações hiperbolicamente corretas e consideravelmente moralistas que faz no decorrer da obra. Não digo que o sacerdócio não possa ser político, mas ele não precisa ser.
Possui outros detalhes que podem ser incômodos para alguns leitores de maior criticidade, especialmente o fato das referências bibliográficas da obra serem limitadas, e não haver nenhum respaldo histórico e acadêmico para contribuir com o entendimento do assunto, que remonta muitos séculos antes da Era Comum e contribuiria de maneira incomensurável aos leitores, pois modelos e exemplos reais são imprescindíveis para inspirar. Fora esses pontos que percebo como negativos, é uma leitura leve, rápida e estimulante em diversos aspectos. A inclusão de uma entrevista com outros sacerdotes ao final é um ponto positivo, pois achei incomum e ao meu ver é interessante trazer visões diferentes para contribuir dentro do assunto, ainda que a quantidade de opiniões pudesse ter sido maior.
A ponderar sobre responsabilidades,
Alannyë Daeris.
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