Ficha Técnica
Autor: Edward Arthur Waite
Ano: 1911 (1ª edição) - 1999 (edição da imagem)
Editora: Kuarup
Páginas: 192
O Tarô Ilustrado de Waite, sob o título original "The Pictorial Key to the Tarot", é um dos mais importantes livros sobre o tema, de autoria de Arthur Edward Waite - o criador do emblemático baralho de tarô que leva seu sobrenome. Esse manual lançado em 1911 originalmente acompanhava o baralho de Waite-Smith, e ainda hoje costumam ser vendidos juntos nas versões de algumas editoras.
Nessa obra de linguagem rebuscada e com ares vitorianos, Waite desmente inúmeros mitos e narrativas fantasiosas sobre o Tarô e a sua origem - e é incrível perceber que ainda hoje muitos desses mitos ainda se perpetuam na comunidade esotérica. Se você já ouviu falar que o Tarô veio do Egito, nesse livro que você descobrirá quem foi o criador dessa teoria e como tudo isso começou. Waite também discorre sobre outros autores com obras relacionadas ao Tarô, como Etteilla e Papus, deixando claro suas visões e descontentamentos com o trabalho que fizeram.
Já li muitas críticas quanto à complexidade da escrita do autor, e sua tonalidade que soa presunçosa ou altamente crítica em alguns momentos, mas aprecio a honestidade e é perceptível que tem pleno entendimento de suas afirmações, apesar de ser um linguajar realmente maçante que demorei a me acostumar. Embora esteja resenhando a versão em português, a versão que li foi a original em inglês, e é possível que a tradução para nossa língua tenha facilitado a compreensão.
Após alguns capítulos curtos, mas densos, e de palavreado desafiador para leitores menos acostumados com a escrita do começo do milênio passado, o leitor é introduzido aos arcanos maiores e menores conforme a sequência proposta no tarô de Waite. A simbologia das cartas é indicada pelo texto, e alguns dos sentidos divinatórios para as cartas são oferecidos, incluindo para cartas invertidas - mas não espere descrições elaboradas e profundas, pois aqui há breves comentários apenas para instigar a percepção de quem lê. Depois das descrições, há um apanhado de interpretações divinatórias para todos os arcanos, e mais alguns significados adicionais para os menores.
O método da Cruz Céltica, amplamente utilizado e estudado na modernidade, foi publicado pela primeira vez aqui nessa obra, junto de um estilo alternativo de tirada e um método bem elaborado de 35 cartas. Waite também oferece algumas sugestões de significados atrelados à repetição de cartas do mesmo número numa tirada (ex: dois 7, ou três rainhas). E para encerrar, cita uma bibliografia de livros escritos sobre as cartas até aquele período que poderiam ser pesquisados - mas não sem dizer ao leitor que "não recomendaria isso, pois suficiente já foi dito sobre Tarot" no livro dele. Presunçoso ou realista, dado o contexto? Talvez ambos, mas certamente antológico.
A explorar clássicos,
Alannyë Daeris
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