segunda-feira, 11 de outubro de 2021

Resenha: The Pictorial Key to the Tarot (O Tarô Ilustrado de Waite), de Arthur Edward Waite

   Sinopse: Estas cartas tornaram-se o baralho de maior autoridade já visto. A seriedade e a tradição deste tarô originam-se inicialmente da Ordem Mágica do Amanhecer Dourado e conduziram a tradição secreta ensinada pelos mistérios ancestrais. Waite deteve-se longa e carinhosamente sobre cada um dos 22 Arcanos. Essas são, naturalmente, as cartas que dão ao tarô a sua fascinação misteriosa. As raízes do tarô reportam-se à Kabbalah da antiguidade hebraica. O Tarô de Waite é cheio de símbolos que atraem nossa atenção apenas indiretamente - sua descoberta gradual é uma das surpresas deste livro.

Ficha Técnica


   Autor: Edward Arthur Waite
   Ano: 1911 (1ª edição) - 1999 (edição da imagem)
   Editora: Kuarup
   Páginas: 192

   O Tarô Ilustrado de Waite, sob o título original "The Pictorial Key to the Tarot", é um dos mais importantes livros sobre o tema, de autoria de Arthur Edward Waite - o criador do emblemático baralho de tarô que leva seu sobrenome. Esse manual lançado em 1911 originalmente acompanhava o baralho de Waite-Smith, e ainda hoje costumam ser vendidos juntos nas versões de algumas editoras.
   Nessa obra de linguagem rebuscada e com ares vitorianos, Waite desmente inúmeros mitos e narrativas fantasiosas sobre o Tarô e a sua origem - e é incrível perceber que ainda hoje muitos desses mitos ainda se perpetuam na comunidade esotérica. Se você já ouviu falar que o Tarô veio do Egito, nesse livro que você descobrirá quem foi o criador dessa teoria e como tudo isso começou. Waite também discorre sobre outros autores com obras relacionadas ao Tarô, como Etteilla e Papus, deixando claro suas visões e descontentamentos com o trabalho que fizeram.
   Já li muitas críticas quanto à complexidade da escrita do autor, e sua tonalidade que soa presunçosa ou altamente crítica em alguns momentos, mas aprecio a honestidade e é perceptível que tem pleno entendimento de suas afirmações, apesar de ser um linguajar realmente maçante que demorei a me acostumar. Embora esteja resenhando a versão em português, a versão que li foi a original em inglês, e é possível que a tradução para nossa língua tenha facilitado a compreensão.
   Após alguns capítulos curtos, mas densos, e de palavreado desafiador para leitores menos acostumados com a escrita do começo do milênio passado, o leitor é introduzido aos arcanos maiores e menores conforme a sequência proposta no tarô de Waite. A simbologia das cartas é indicada pelo texto, e alguns dos sentidos divinatórios para as cartas são oferecidos, incluindo para cartas invertidas - mas não espere descrições elaboradas e profundas, pois aqui há breves comentários apenas para instigar a percepção de quem lê. Depois das descrições, há um apanhado de interpretações divinatórias para todos os arcanos, e mais alguns significados adicionais para os menores.
   O método da Cruz Céltica, amplamente utilizado e estudado na modernidade, foi publicado pela primeira vez aqui nessa obra, junto de um estilo alternativo de tirada e um método bem elaborado de 35 cartas. Waite também oferece algumas sugestões de significados atrelados à repetição de cartas do mesmo número numa tirada (ex: dois 7, ou três rainhas). E para encerrar, cita uma bibliografia de livros escritos sobre as cartas até aquele período que poderiam ser pesquisados - mas não sem dizer ao leitor que "não recomendaria isso, pois suficiente já foi dito sobre Tarot" no livro dele. Presunçoso ou realista, dado o contexto? Talvez ambos, mas certamente antológico.

A explorar clássicos,
   Alannyë Daeris

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