quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Green Man, ou Senhor das Matas

   O Green Man, também conhecido como Senhor das Matas, é a segunda face do Deus. Ele domina sobre as plantações e sobre os animais domésticos; é a natureza cultivada, da agricultura, das colheitas e de tudo que pode ser criado pelo homem. Ele cuida do crescimento das plantas e da segurança sobre a vida domesticada. É nesta face que assume o papel de amante da Deusa, que parte para o submundo.
   É representado por um homem com muitas folhas a cobrir seu rosto e corpo. Pode ter chifres grandes, representando ainda a natureza fértil, mas como símbolo de força e de selvageria, a que ainda resta mesmo nos animais mansos. O Green Man tem domínios sobre o vinho, a embriaguez, a alegria, e os excessos que podemos nos dar o luxo. Ele é quem traz as colheitas fortes e vívidas, quem traz a vida e o alimento para nossas mesas.
   Representações da face repleta de folhas do Senhor das Matas são vistas em tabernas medievais por toda a Europa. Ele também é visto em contos britânicos, como nas lendas Arthurianas. Embora possa ser fundido com a face Cornífera do Deus, o Green Man é mais relacionado com a natureza influenciada pelos humanos, enquanto o Deus Cornífero reina sobre a natureza selvagem e livre, nas florestas e matas, longe da domesticação. Enquanto o Deus Cornífero abençoa as caçadas em busca de alimento, o Green Man abençoa a criação de animais e a plantação em busca de fonte de alimento.

   Rituais para o Senhor das Matas podem envolver a busca de felicidade e descontração, transformações, otimismo e alegria, expansão e prosperidade, jovialidade, entusiasmo, bem como estabilidade e trazer à tona a sensualidade e o erotismo.
   Deuses que possuem a face Green Man afloradas: Baco, Dionísio, Sileno, Pan.

O Chamado da Deusa Negra

Eu sou as trevas por trás e por baixo das sombras.
Eu sou a ausência de ar que espera no início de cada respiração.
Eu sou o fim antes que a vida recomece, a deterioração que fertiliza o que vive.
Eu sou o poço sem fundo, o esforço sem fim para reivindicar o que é negado.
Eu sou a chave que destranca todas as portas.
Eu sou a glória da descoberta, pois eu sou o que está escondido, segregado e proibido.
Venha a mim na Lua Negra e veja o que não pode ser visto, encare o terror que é só seu.
Nade até mim através dos mais negros oceanos, até o centro de seus maiores medos. Eu e o Deus das trevas o manteremos em segurança.
Grite para nós em terror e seu será o poder de suportar o insuportável.
Pense em mim quando sentir prazer e eu o intensificarei. Até o dia em que eu terei o maior prazer de encontrá-lo na encruzilhada entre os mundos.
Sabedoria e a capacidade de dar poderes são os meus presentes.
Ouça-me, criança, e conheça-me por quem eu sou. Eu tenho estado com você desde o seu nascimento e ficarei com você até que você retorne a mim no crepúsculo final.
Eu sou a amante apaixonada e sedutora que inspira o poeta a sonhar.
Eu sou aquela que te chama ao fim de sua jornada. Quando o dia se vai, minhas crianças encontram seu descanso abençoado em meus braços.
Eu sou o útero do qual todas as coisas nascem.
Eu sou o sombrio, silencioso túmulo; todas as coisas devem vir a mim e suportar a morte e o renascer para o todo.
Eu sou a Bruxa que não será governada, a tecelã do tempo, a professora dos mistérios.
Eu corto as linhas que trazem minhas crianças até mim. Eu corto as gargantas dos cruéis e bebo o sangue daqueles sem coração. Engula seu medo e venha até mim, e você descobrirá a verdadeira beleza, força e coragem.
Eu sou a fúria que dilacera a carne da injustiça.
Eu sou a forja incandescente que transforma seus demônios internos em ferramentas de poder. Abra-se a meu abraço e domínio.
Eu sou a espada resplandescente que te protege do mal.
Eu sou o cadinho no qual todos os seus aspectos se misturam em um arco-íris de união.
Eu sou as profundezas aveludadas do céu noturno, as brumas rodopiantes da meia-noite, coberta de mistério.
Eu sou a crisálida na qual você irá encarar o que te apavora e da qual você irá florescer vibrante e renovada.
Procure por mim nas encruzilhadas e você será transformada, pois uma vez que você olhe para meu rosto não existe volta.
Eu sou o fogo que beija as algemas e as leva embora.
Eu sou o caldeirão no qual todos os opostos crescem para se conhecer de verdade.
Eu sou a teia que conecta todas as coisas.
Eu sou a curadora de todas as feridas, a guerreira que corrije todos os erros a seu tempo.
Eu faço o fraco forte. Eu faço humilde o arrogante. Eu ergo o oprimido e dou poderes ao desprivilegiado. Eu sou a justiça temperada com compaixão.
Eu sou você, eu sou parte de você, estou dentro de você.
Me procure dentro e fora e você será forte. Conheça-me, aventure-se nas trevas para que você possa acordar com equilíbrio, iluminação e plenitude.
Leve meu amor consigo a toda parte e encontre o poder interior para ser quem você quiser.

   Autor desconhecido. O texto pode ser utilizado para qualquer deusa com sua face Deusa Negra aflorada (exemplos: Hécate, Cailleach, Inanna, Kali, Morrigan), bem como em Esbaths para a Deusa Negra.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Dagyde

   Dagydes são muito conhecidas popularmente como "bonecas voodoo". São feitas não somente para enviar maldições ou pragas, como se é de crença, mas para diversos outros feitiços: cura, amor, proteção, enfim. Estas bonecas são representações de outra pessoa, que possuirá uma conexão mágica com ela, e servirá para um fim específico.

   As dagydes são feitas à mão, e podem ser confeccionadas com qualquer material que você possuir. Podem ser feitas não apenas de tecido, mas de argila, biscuit, palha, enfim.
   Geralmente, precisa-se de um item em sua criação que possua da pessoa: um fio de cabelo, um pedaço da roupa, ou até mesmo o toque dela em um dos materiais. Ou seja, você pode fazer uma dagyde de um familiar seu que precise de proteção mágica, e utilizar uma foto em seu interior que o represente. Você pode enchê-la com ervas que tenham ligação com o propósito, para aumentar o poder do feitiço.

   Para consagrá-la e fazê-la efetiva, você utiliza a mesma consagração já citada aqui. Se você fizer uma boneca para enviar cura à uma pessoa doente, pode fazer um feitiço grande, e deixá-la energizando com cristais por uma noite, por exemplo. Toda energia enviada a ela será direcionada à pessoa que está representando.
   Por isto mesmo, a Dagyde terá uma ligação muito forte com a pessoa que será representada, então, tome cuidado. Evite possuir Dagydes de muitas pessoas, pois você será responsável caso algo aconteça a elas, caso não cuidar bem das bonecas. Use-as para finalidades específicas, e então, desfaça-se delas corretamente. Utilizar uma Dagyde é como um feitiço, dessa maneira, ao fabricá-la, tenha em mente o que realmente deseja com ela. Será uma coisa boa, que você gostará de receber triplicado? É algo que não interferirá no livre arbítrio da pessoa?

  As bonecas são ligadas à pessoa através de um link mágico. Em um ritual, você deve apresentá-la e ligá-la à pessoa, tendo-a em mente. Diga-a o propósito que terá, e se for utilizar um feitiço de cura, de maldição, ou de qualquer outra natureza, faça-o neste momento. Após isso, desfaça o link mágico com a pessoa - ou tudo o que a dagyde sofrer, a pessoa também será atingida, até que você desfaça este link mágico -, purifique-a com água, sal e incenso, e queime-a.
   Você pode dá-la à pessoa ao invés de queimar, também; mas certifique-se de que tenha sido devidamente purificada e livre das energias que você acumulou nela.

Como fazer sua Dagyde


Você precisa de:

- Tecido
- Tesoura
- Linha para costura e agulha
- Uma caneta ou marcador
- Ervas para preencher a boneca

Opcional:
- Um fio de cabelo ou uma foto da pessoa
- Um pedaço de tecido utilizado pela pessoa para fabricar a boneca.



Primeiro passo:

   Desenhe um molde que será recortado para fazer a boneca. Não faça muito pequeno, pois não haverá como preencher com as ervas. Pode retirar um molde da internet, para que seja mais bonita. Desenhe sobre duas camadas de tecido, para que seja igual em ambas as partes.


Segundo passo:

   Recorte o molde que desenhou no tecido.


Terceiro passo:

   Costure os dois pedaços de tecido que você recortou. Utilize uma forma de costura onde você tenha local para preencher, ou seja, não muito no interior da boneca.
 
   Deixe um espaço para que você possa colocar as ervas depois, ou o enchimento que for utilizar. De preferência, na cabeça, pois será mais fácil de colocar as ervas nos lugares mais extremos, como os braços e pernas - por isso, não a faça tão pequena quanto meu exemplo.

 Quarto passo:

   Encha-a com a erva que você escolheu. Pode utilizar mais de uma, caso você tenha mais finalidades a ela.

   É neste passo que você colocará o fio de cabelo, a foto, ou o que quer que seja que você tenha da pessoa. Depois, costure-a, fechando a abertura.

Quinto passo:

   Visualizando uma conexão com a pessoa que a Dagyde servirá como representação, amarre uma linha ao redor dela. Esta linha servirá como link, ou seja: quando você terminar de utilizá-la, seja ao final do feitiço, ou ao final da necessidade em si, corte o fio, visualizando a quebra da conexão. E assim, queime a boneca.



segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Ritual para Bast

   Este é um ritual de ligação e de honra à deusa Bast. Pode ser feito para conhecê-la e senti-la melhor; para pedir a ela alguma bênção específica, ou apenas como oferenda. 
   Também pode ser feito em algum Esbath de culto a ela, um pedido de cura para um animal de estimação ou familiar, uma forma de conectar-se ao seu animal de poder, caso ele seja um gato, enfim, inúmeras as formas de utilização.

O Ritual

   Disponha em seu altar, ou em um local calmo que possua um espaço silencioso onde você não será atrapalhado. Coloque uma representação de cada elemento, bem como uma estátua de Bast. Pode ser um gatinho de brinquedo, um desenho, um quadro, uma estátua, enfim, o que você puder representar. A representação da deusa deve estar no centro, junto com uma tigela que contenha leite consagrado. 
   Trace o círculo mágico da forma mais ampla que puder; se possível, faça-o em todo o recinto. Respire fundo, e sinta o ambiente que você está. Coloque uma música egípcia que lhe agrade, e sinta a música embalando-o, agitando-o. Convide Bast para seu ritual, e peça que ela esteja consigo, que traga suas bênçãos. 
   Deixe que seu corpo se leve pela música, e dance com a Deusa, de forma espontânea. Solte seu corpo, seus membros, limpe sua mente de todos os pensamentos; foque-se na melodia e no amor de Bast. Conheça-a, dance com ela, sinta sua energia, sua delicadeza, sua alegria, todo o seu amor. Você sentirá uma alegria imensa dentro de si, e aproveite ela para agradecer para Bast pelas coisas que deseja. Peça-a também o que você precisa, e abra seu coração com ela. 
   Se você desejar, diga à Deusa que deseja um guardião animal, e que gostaria que ela lhe confidenciasse um gato para sua proteção. Envie a energia acumulada durante a dança para ela em um cone de poder, e beba um pouco do leite consagrado. Deixe o resto em seu altar por um dia, e então devolva-o para a terra, ou desfaça-se dele como puder. A representação que você utilizou lhe será um selo para o gato guardião, guarde-a bem, disponha-a no altar se você puder. Quando você precisar de proteção mágica para alguma situação difícil, acenda uma vela para Bast, e peça a ajuda de seu guardião. 
   Ao finalizar o ritual, agradeça a presença da Deusa e suas bênçãos, e destrace o círculo caso não vá praticar nenhuma outra atividade. Refaça-o sempre que desejar mais ligação com esta deusa, ou quando desejar suas bênçãos para um assunto específico. Lembre-se que Bast é uma deusa ligada ao amor, à fertilidade, aos prazeres, à arte, música, dança, enfim.

Cristais, pedras e gemas

   Os cristais são, provavelmente, tão utilizados na magia quanto ervas e velas. São instrumentos de uma bruxa tanto quanto o caldeirão e o Livro das Sombras; estão presentes nos rituais, nas poções, nos oráculos e nos amuletos. Provêm da terra, do âmago de nosso planeta, e cada qual possui suas características.
   Mas como utilizá-los? Como saber qual pode ajudar-me a energizar uma poção de cura, ou a fortalecer minhas defesas mágicas? Para isto, você precisa de muito estudo. Precisa consagrá-los antes de qualquer utilização, e a consagração de cristais é similar à consagração para um item mágico. Aqui, citarei alguns exemplos de como os cristais e gemas são utilizados na magia. Estas informações são baseadas na Enciclopédia de Cristais, Pedras Preciosas e Metais de Scott Cunnigham.

   Cores e sua influência na magia


   Todos temos primeiras impressões quando observamos determinada cor. Se você pensar na cor verde, provavelmente lembrará-se da natureza, de esperança, ou pode até mesmo lembrar-se de um hospital. As propriedades mágicas dos cristais podem ser pré determinadas através de sua cor; ou, pelo menos, previstas.

Vermelho: o vermelho é uma cor ligada à paixão, ao sangue, ao nascimento e à morte. São pedras protetoras, que afetam o corpo, a coragem, a força, a energia e o poder. Também podem ser utilizadas como proteção ao fogo e raios, bem como para banir a raiva ou emoções violentas. Se utilizadas na cura, podem estar ligadas ao sangue, ou ao sexo.

Cor-de-rosa: estas pedras tem um poder calmante muito forte; podem ser utilizadas para relaxar e aliviar tensões. São também utilizadas como canal para atrair ou reforçar o amor, bem como o amor-próprio. Trazem paz, felicidade, emoções leves, fortalecem amizades, e tem energia ótima para rituais em grupos.

Laranja: possuem o fogo do vermelho mais brando, e podem ser usadas em rituais de iluminação - por sua ligação com o Sol -, para proteção e poder pessoal. Esta cor é fortemente relacionada ao poder, para aumentar a auto-estima, bem como atrair sorte e sucesso.

Amarelo: os cristais e minerais amarelos regem a comunicação e a expressão. Trazem eloquência na escrita e na fala, assim como são muito protetoras. Se você possui dificuldades com a visualização na magia, então tente reforçá-la utilizando um cristal desta cor. Encantamentos ou rituais com viagens também pode valer-se de pedras amarelas; poções e outras maneiras que reforcem a saúde, quando trata-se de sistema nervoso e problemas cutâneos são muito favorecidos por gemas amarelas.

Verde: é a cor da fertilidade, da vida, da natureza. Estas pedras são muito fortes quando trata-se de cura, e podem ser utilizadas em feitiços com velas para o fortalecimento da saúde ou para livrar alguém de alguma doença. Elas trazem exuberância à plantas, e seu uso é bastante amplo em encantamentos de dinheiro, riqueza, prosperidade e sorte, bem como de harmonia.

Azul: esta cor é ligada à tranquilidade e a harmonia pura. Acalma as emoções, traz o sono, evita pesadelos, e também pode ser utilizada para a cura de enfermos. Dores de cabeça, febres, ou apenas dores localizadas podem ser amenizadas com pedras desta cor. Também são ligadas à purificação e limpeza do corpo, e podem ser utilizadas na preparação para rituais.

Violeta: assim como as pedras verdes e azuis, é uma cor ligada à cura, à paz, e à magia. São ótimas para meditações, auto-conhecimento, e atividades relacionadas com a mente. Desta forma, as pedras desta cor agem na saúde da mente, e problemas físicos da cabeça podem ser amenizados com ela também. Trazem harmonia a pessoas indisciplinadas e levam a tristeza embora consigo; podem ajudar na insônia. É uma cor ligada aos deuses e à magia.

Branco: são as pedras regidas pela Lua. Estão ligadas ao sono e à sensitividade, à sorte, e de forte proteção. Juntamente com as pedras vermelhas, são ótimas protetoras. Podem ser utilizadas magicamente para substituir outras pedras, caso você consiga fazer a visualização disto.

Preto: é a cor da estabilidade, do auto-controle, da resistência e do poder. Leva a confusão e pode ser usada para equilibrar sua vida física e espiritual; também é ligada à discrição, e pode ajudar-lhe a garantir que você não seja o centro das atenções.

Pedras multicoloridas: podem ser utilizadas como uma combinação harmônica de suas características; para isto, visualize o que você consegue sentir daquele cristal, e determine os usos baseado nisto.

Emprego mágico dos cristais na magia


Beleza: âmbar, jaspe, olho-de-gato, opala zircão, laranja.

Coragem: ágata, água-marinha, cornalina, ametista, diamante, heliotrópio, lápis-lazúli, olho-de-tigre, sardo, sardônica, turmalina, vermelha, turquesa.

Sucesso: heliotrópio, malaquita, turmalina verde, zircão amarelo.

Defesa: lava, ônix, safira.

Divinação: azeviche, azutira, hematita, kunzita, mica, obsidiana, olho-de-tigre, pedra-da-lua, sal, sílex, turmalina negra.

Sonhos: ametista, azurita.

Felicidade: ametista crisoprásio, zircão amarelo.

Cura ou saúde: ágata, âmbar, ametista, aventurina, azeviche, azurita, calcita, celestita, coral, cornalina, crisoprásio, cristal de quartzo, diamante, estaurolita, enxofre, granada, heliotrópio, hematita, jade, jaspe, lápis-lazúli, madeira petrificada, olho-de-boi, olho-de-gato, pedra-do-sol, peridoto, safira, sílex, sodalita, sugilita, topázio, turquesa, zircão vermelho.

Sorte: alexandrita, âmbar, aventurina, azeviche, calcedônia, crisoprásio, lágrima de apache, lepidolita, olho-de-tigre, olivina, opala, pedra-cruz, pérola, sardônica, turquesa.

Amor: ágata, alexandrita, âmbar, ametista, berilo, calcita, crisocola, esmeralda, jade, lápis-lazúli, lepidolita, malaquita, olivina, pedra-da-lua, pérola, rodocrisita, safira, sardo, topázio, turmalina rosa, turquesa.

Proteção: ágata, âmbar, amianto, azeviche, calcedônia, calcita, citrino, coral, cornalina, crisoprásio, cristal de quartzo, diamante, enxofre, esmeralda, granada, jade, jaspe, lápis-lazúli, lava, lepidolita, madeira, malaquita, madrepérola, mármore, mica, obsidiana, olho-de-boi, olho-de-gato, olho-de-tigre, ônix, pedra-da-lua, pedra-do-sol, peridoto, pérola, rubi, sal, sardo, sílex, topázio, turmalina negra ou vermelha, turquesa, zircão transparente ou vermelho.

   Substituições para pedras


Água-marinha: berilo, esmeralda.
Amazonita: aventurina.
Citrino: topázio.
Coral: cornalina, jaspe vermelho.
Cornalina: coral, jaspe vermelho, sardo.
Diamante: cristal de quartzo, zircão.
Olho-de-gato: olho-de-tigre.
Esmeralda: água-marinha, berilo, turmalina verde, peridoto.
Granada: turmalina vermelha, rubi.
Jade: jaspe verde, turmalina verde.
Azeviche: obsidiana.
Kunzita: turmalina rosa.
Lápis-lazúli: sodalita.
Pedra-da-lua: madrepérola.
Pérola: pedra-da-lua, madrepérola.
Peridoto: turmalina verde, olivina.
Rubi: granada, turmalina vermelha.
Safira: ametista, turmalina azul, zircão azul.
Sodalita: lápis-lazúli.
Pedra-do-sol: cornalina.
Topázio: citrino, turmalina amarela.
Turmalina azul: zircão azul.
Turquesa: crisocola.

   Os cristais de quartzo podem ser energizados para qualquer atributo mágico, bem como suas cores podem ser substitutas para outras da mesma cor.
   Exemplo: substitua uma pedra-da-lua com quartzo leitoso; ou utilize quartzo verde no lugar de esmeralda. As opalas também podem ser energizadas para substituir outros cristais.

Elementos e cristais


   Terra: os cristais regidos por este elemento são ótimos para a paz, estabilidade, harmonia, fertilidade, prosperidade e sucesso, e contatos com a natureza. As velas utilizadas em rituais para estes fins podem ser verdes.
   Cristais: Ágata musgosa, ágata verde, alúmen, azeviche, calcita verde, carvão, crisoprásio, esmeralda, estalactite, estalagmite, jaspe castanho, jaspe verde, kunzita, malaquita, olho-de-gato, olivina, peridoto, sal, turmalina negra, turmalina verde, turquesa.

   Ar: o ar é ligado à comunicação, às viagens e ao intelecto. As velas podem ser amarelas.
   Cristais: âmbar, aventurina, esfênio, jaspe mosqueado, mica, opala, pedra-pomes, quartzo azul, safira, sodalita, turmalina azul, turquesa.

   Fogo: estas gemas são empregadas para proteção, defesa, força, coragem, força de vontade de purificação. As vela podem ser vermelhas.
   Cristais: ágata castanha, ágata negra, ágata vermelha, âmbar, amianto, citrino, cornalina, cristal de quartzo, diamante, enxofre, granada, heliotrópio, hematita, jaspe vermelho, lava, obsidiana, olho-de-tigre, ônix, pedra-do-sol, rodocrisita, rubi, sardo, sílex, topázio, turmalina melancia ou vermelha, zircão.

   Água: é o elemento do amor, da cura, compaixão, amizade, purificação, calma, sonhos e da sensitividade. As velas podem ser azuis.
   Cristais: Ágata azul, água marinha, ametista, azurita, berilo, calcedônia, calcita azul ou rosa, celestita, coral, crisocola, cristal de quartzo, geodo, jade, lápis-lazúli, madrepérola, olho-de-boi, pedra-da-lua, pérola, safira, selenita, sodalita, sugilita, turmalina azul, rosa ou verde.

domingo, 14 de setembro de 2014

Anel da Fortuna

   Este ritual remonta à Itália, e acredita-se ser uma das heranças da Bruxaria Hereditária. É bastante simples e pode ser dedicado à uma deidade ligada à prosperidade ou à fortuna. Pode ser modificado para que sirva ao amor, ou à outro desejo, lembrando de modificar o incenso e a cor da flor que você usará. Também pode ser fabricado durante a celebração de um Esbath de Lua Crescente ou Cheia.

O Ritual:

    Durante um dia ensolarado - preferencialmente em um domingo -, colha uma flor amarela, juntamente com seu caule inteiro. Se você tiver em casa, então colha-a de seu jardim ou vaso mesmo, mas lembre-se de que ela precisa ter um cabo extenso. Pode comprá-la também. 
   
   Respire fundo e sinta a energia do local, principalmente se for um bosque ou parque. Peça à natureza uma flor que lhe traga sorte e fortuna, e observe os sinais ao seu redor. Vá aonde seu instinto levá-lo, e colha a primeira flor que lhe parecer atraente. Agradeça à natureza por este presente, e deixe-a uma oferenda; pode regar as plantas que ali estejam, ou alimentar alguns animais - pássaros, por exemplo. 

   Retire a flor e deixe apenas o caule intacto, cuidadosamente removendo também quaisquer folhas que ali estejam. Acenda um incenso ou queime alguma erva que remeta ao que você deseja; bons exemplos são freixo, canela, rosa, camomila, romã, anis, laranja, açafrão e trevo. Escreva em um papel com seus desejos - sejam materiais ou apenas sigilos, runas e palavras para a fortuna - e queime-o em seu caldeirão juntamente com a flor e suas folhas, caso hajam. Agradeça à deidade que estiver cultuando, ou à natureza, pelas bênçãos.
   
   Trance o caule em um anel que caiba em seu dedo, enquanto o purifica e o consagra para a fortuna. Se você for dedicar este pedido à alguma deidade, então faça-o em voz alta, enquanto queima o que restou da planta, e trança seu caule. Pode utilizar mais de uma flor, mas certifique-se de devolver à natureza uma oferenda digna. Carregue o anel consigo, e utilize-o quando puder. Deposite as cinzas da flor em um jardim, ao final de três dias com o anel consigo, queime-o ou apenas enterre-o no mesmo jardim.

Com anéis de flores,
   Alannyë.

Deus Cornífero

   O Deus Cornífero é a face do Deus mais presente na cultura e nos rituais Wiccanos, pagãos e bruxos. Ele representa a fertilidade pura, a masculinidade, o princípio criador masculino, e é o protetor da natureza selvagem. Ele nasce da Deusa, e para ela retorna, completando o mito da Roda do Ano, e demonstrando que todos somos filhos Dela.
   Assim como a própria natureza, o Deus Cornudo é instintivo, e completa a Deusa ao nascer e fertilizá-la no ciclo da vida. Geralmente, é representado como um homem com longos chifres, cabelos e barbas compridos, nu, e por vezes, com patas de animal. Pode ser tido como um cervo ou alce também, mesmo que represente a natureza pura e intocada. O Deus Cornífero foi associado à imagem do mal pelo Catolicismo, mas é uma falsa afirmação.
   Seus chifres são símbolos de honra e de força, e seu falo que algumas vezes é mostrado ereto, é uma das representações de sua virilidade e fertilidade, bem como ao sexo. Os povos antigos cultuavam o Deus Cornífero pois ele também é senhor da caça e força, da proteção, ainda que seja a natureza selvagem. O Deus é o Sol, que ilumina nossas diferenças e conhece nossos instintos. Ele é o poder que fertiliza a vida, a terra, que perpetua os animais e as florestas. Ele é a ordem da vida, porquanto a Deusa é o caos do universo. Ele traz a continuidade das coisas, protege os bosques e as florestas, e é a força que renasce durante todos os dias, como o Sol.
   Entrar em contato com o Deus é aceitar nossos desejos mais íntimos e nossas diferenças. Ele nos demonstra que precisamos de nossos instintos, pois eles fazem parte dos seres que somos. O Deus Cornífero também traz o princípio masculino e a força, a vitalidade e a virilidade para nossa vida, em busca de equilíbrio. É o guardião das entradas e dos portais, e pode ser convidado para guardar e abrir o círculo mágico durante o traçado. É representado por animais como o Cervo, o Lobo, e por instrumentos de formato fálico - como a vela, a lança, a espada, chifres, o bastão, o athame e tridentes. Suas cores podem ser o verde, o marrom, dourado, azul e amarelo.

   Deuses que possuem o lado Cornífero bastante aflorado: Cernunnos, Pan, Baco, Pashupati, Odin.

Lei Tríplice

   "Tudo aquilo que fizer retornara à você nesta vida multiplicado por três"


   A Lei Tríplice de retorno é a única lei que rege todos os Wiccanos, e que deve ser seguida por todos os bruxos que sigam o caminho na Wicca, pois é um dogma da religião, e a principal lei Wiccana.
   Diferentemente da Lei do Retorno, a Lei Tríplice não se aplica a todos, apenas a quem segue o caminho da Deusa através da Wicca e se submete a ela perante os Deuses. Ou seja, quem é bruxo eclético, tradicional, druida, asatruar, ou seguidor de qualquer outra forma de paganismo ou bruxaria, não segue nem está sujeito à Lei Tríplice caso não tenha vontade.
   A simbologia do número três é muito forte no paganismo; a Deusa possui três faces (com exceção da Deusa Negra, que se manifesta em apenas alguns casos), assim como Deus também possui três faces. O três representa o início, o desenvolvimento, e o final; positivo, neutro, negativo; terra, céu, mar, enfim. Inúmeras são as representações do número três, que sempre foi um número sagrado para os celtas igualmente. Trindades muito ocorrem em diferentes panteões em mitos e histórias, como é o exemplo do mito de Hades, Peséfone e Deméter, de Isis, Osiris e Hórus, e até mesmo pode-se perceber isto na Santíssima Trindade Católica - mesmo que não seja cultuada por wiccanos.
   A Lei de Triplo Retorno aplica-se em sua vida a partir do momento em que você a aceita, ou então, a partir da sua iniciação. Isto quer dizer que as atitudes de outras pessoas em relação a aqueles que seguem a lei aqui citada não terão retorno triplo. Por exemplo, se uma pessoa de uma religião qualquer ajudar um wiccano, o retorno que receberá não será triplo. O mesmo acontece para malefícios.
   Este é o dogma mais forte a ser seguido na Wicca: que você meça as consequências de seus atos, não apenas ao praticar rituais ou poções, mas em todos os aspectos de sua vida. E é bastante simples de relacioná-la ao seu cotidiano: se você desejar o mal a alguém, então este mal será retornado à você três vezes mais forte. Se você sinceramente desejar a felicidade, terá essa felicidade triplicada.
   A Lei Tríplice baseia-se em antigas regras da religião, como por exemplo, "Faze o que quiseres, sem a ninguém prejudicar". E como acontece na magia, é preciso que se compreenda que não exista somente o mal ou o bem no mundo. Não existem bonzinhos e vilões, apenas há atos e suas consequências. E você deve estar ciente disso caso queira seguir seu caminho na Wicca; não influencie na vida dos outros caso saiba que isso os prejudicará. Não faça coisas que interfiram diretamente no livre arbítrio de outras pessoas, como feitiços de amarração amarração.
   Se você deseja o amor em sua vida, então pratique-o. Se você deseja que sua vida livre-se do ódio e da inveja, comece por você mesmo. Seja a mudança que você quer.

A abençoar,
   Alannyë Daeris.

Arianrhod

   Arianrhod, também conhecida como Senhora da Roda Prateada, é uma das mais importantes deusas gaulesas. Ela rege as estrelas e a Lua, e é mãe de gêmeos, embora permaneça virgem.
 
   Segundo os contos druídicos, Arianrhod foi convidada pelo deus Math para ser sua acompanhante, onde deveria segurar seus pés durante os descansos dele. No entanto, precisava provar sua virgindade para tal; ao que o bastão mágico de Math, deu luz a dois meninos. Um deles, a quem se chamou Dylon, fugiu ao mar; o outro, ainda não completamente formado, foi amaldiçoado por Arianrhod, por causar-lhe tanta humilhação e desonra. Ela negou a ele os três aspectos da masculinidade: não deveria ter um nome, nem mesmo casar com qualquer mulher que houvesse na Terra, ou empunhar armas, a menos que ela o fizesse. Então, o irmão da deusa, chamado Gwydion, adotou-o, e conseguiu ludibriá-la, fazendo com que ela desse à criança o mesmo título pelo qual o deus-sol Lugh era chamado: Llew Llaw Gyffes, que significa "brilhante, luminoso e habilidoso". Além disso, valendo-se da magia, conseguiu permitir que o menino utilizasse armas; e, depois disto, juntamente com Math, criam-lhe uma mulher feita com flores de carvalho, giesta (um tipo de flor), e olmeira. Esta mulher é chamada Blodeuwedd, e por fim, quebra a última das maldições que Arianrhod havia jurado sobre seu filho.

   Arianrhod é quem gira a Roda Prateada, que carrega os mortos até o submundo, conhecido como Emania, e suas bênçãos recaem sobre os rituais de fertilidade - como para as colheitas e parto de crianças -, bem como ela une aspectos da Deusa Donzela com a Deusa Negra. Ela é tanto ceifadora e justiceira quanto é pura e imaculada. Ela dá a luz mesmo que não pertença à homem algum, e que tem o poder de manter a roda da vida sempre funcionando, trazendo os acasos e as bênçãos. Seu reino chama-se Caer Arianrhod - o que significa "O Grandioso Castelo de Arianrhod", bem como rege sua constelação homônima: Caer Arianrhod.

   A Senhora da Roda Prateada tem o poder de transformar-se em coruja, e vê, através de seus olhos, a escuridão do subconsciente e da alma humana. A coruja simboliza a morte e a renovação, a sabedoria, a Lua e a magia, bem como as iniciações. Todos estes são aspectos ligados à Arianrhod, pois suas asas cortam os céus furiosamente, mas também podem confortar e curar aqueles que a procuram. As cores que podem ser utilizadas para representá-la são, além do branco, o prateado e o azul-claro.

A Deusa Negra

   Durante os três dias em que a Lua deixa o céu, conhecemos a face da Deusa Negra. Ela é a mais temida, embora também seja a face mais poderosa da Deusa. Esta, como todas as outras faces, não é uma Deusa malévola; o mal sempre deve ser visto como é, ou seja, relativo de pessoa para pessoa, bem como de situação para situação. E a Deusa Negra não é má.

   De acordo com a mitologia, a Deusa Negra desceu ao Submundo em busca de regressar seu amado, o Deus, de volta à superfície. Entretanto, para que pudesse entrar no Submundo, precisou despir-se de tudo que carregava consigo - joias, roupas, amuletos. E assim o fez. Ao entrar no reino da Morte, ela foi amarrada, como todos o fazem ao entrar no reino da Morte. Esta, no entanto, encantou-se pela beleza e a magnificência da Deusa; pediu-lhe seu amor e sua dedicação, e a Deusa replicou que tudo que amava já havia sido levado, e estava ali, naquele local. A Morte açoitou-na, e, pouco a pouco, a Deusa começou a compreender diversos mistérios da vida. Entregou-se à Morte em ato sexual, e através disto, ela rasgou-lhe os véus, permitindo que a Deusa conhecesse todos os segredos e as sabedorias do Cálice Sagrado, do Caldeirão do Renascimento. Assim sendo, a Deusa passou a não apenas entender, mas também dominar o ciclo da vida; o Deus, sendo seu consorte, dividiu com ela seus conhecimentos, pois o ciclo da natureza não está completo sem que ambos equilibrem-se.

   A Deusa Negra nos mostra que devemos conhecer nossos sentimentos para que possamos controlá-los. Ela precisou sentir a dor para que a conhecesse-na, precisou sofrer para que compreendesse os mistérios. Ela é, sobretudo, justa e imparcial; é impiedosa e severa com injustos e pessoas que agem de forma a prejudicar aos outros. Possui atribuições de ceifadora, guerreira, destruidora e justiceira, pois lida com a morte sendo o final do ciclo, com o fim das coisas para que estas renasçam. Porém, assim como ela, todos temos lados sombrios ou que renegamos; a Deusa Negra os conhece e nos ajuda a conhecê-los também. Ainda que alguns possam ser difíceis de lidar e/ou de compreender e aceitar, ela nos auxilia a transformá-los em aspectos bons, ou a sabermos como agir em situações complexas. Ela nos guia em busca de nosso equilíbrio espiritual e pessoal, através do auto-conhecimento e do confronto com nossos medos e receios.

   O poder das Deusas Negras é profundo e difícil de se trabalhar; sendo assim, não é comum que pessoas ainda não iniciadas façam rituais e meditações com elas. Estas deusas requerem que se rasguem todos os véus e se abram todos os cadeados d alma, até mesmo de situações que não seriam tão agradáveis de se revolver. É um processo árduo e de dedicação muito forte, mas que traz plenitude e tranquilidade. Ainda assim, as Deusas Negras podem ser cultuadas em seus Esbaths, bem como em rituais, desde que possuam aspectos nos quais elas tenham domínios. Deve-se ponderar o motivo para o ritual, a necessidade, a influência deste não apenas em sua vida, mas também nas alheias, e trazer à tona os sentimentos que o influenciam a este. Assim são as meditações e o contato com as Deusas ceifeiras. Elas são justas, e não diferenciarão seus erros dos de outras pessoas, caso você deseje vingança. Seja responsável e entenda a consequência de seus atos, e principalmente, pondere a respeito de tudo antes de pedir ajuda a uma deusa tão poderosa.

   Deusas com a face Negra aflorada: Hécate, Cailleach, Hel, Inanna, Kali, Morrigan, Rhiannon, Baba Yaga, Sekhmeth, Perséfone.

Deusa Anciã

   A Deusa Anciã é relacionada à fase Minguante da Lua. Podemos imaginá-la como uma avó; ela possui a sabedoria e a vivência de alguém que já é experiente, e que leva consigo toda a bagagem das coisas que passou. A Deusa Anciã é fortemente ligada à morte, ao final do ciclo, à cura, aos mistérios e à sabedoria. Também costumam ser relacionadas à magia e à bruxaria, por deterem os conhecimentos da transmutação, do renascimento, e do poder.

   Este aspecto da Deusa costuma ser pouco cultuado ou muito temido, por ser tão fortemente intrínseco à morte e aos mistérios. Entretanto, ainda que muitos temam a morte, a Deusa Anciã nos guia e nos acompanha durante nossa estada no submundo. E também é sempre necessário que saibamos que a vida não existe sem a morte, pois tudo é um ciclo, e ele se renova a cada momento, a cada ano, sempre.

   Deusas Anciãs regem o meio do Outono e o Inverno, bem como são relacionadas ao submundo, às transformações e ao final de um ciclo. Embora sejam protetoras e guias, deve-se conhecer seu aspecto mais sombrio; ela conhece os caminhos mais sinuosos, e não poupa seus filhos ao orientá-los e avisá-los quando se faz necessário. Sua sabedoria pode lhe atribuir uma face um tanto firme, e sua vingança pode ser terrível caso seja rogada; mas suas ações são, sobretudo, uma forma de amar e demonstrar seu olhar protetor.

   Esta face da Deusa pode ser cultuada durante Esbaths de Lua Minguante, e seu poder é propício para quaisquer atividades relacionadas à final, encerramento. Se você precisa muito acabar alguma pendência antiga, ou precisa de uma orientação firme e sincera - não espere que a Deusa diga-lhe apenas o que você quer ouvir -, então saiba que você tem-na para isto. Também podem-se dedicar rituais de mudanças, que precisem de direções, ou ainda, energias direcionadas à cura. Ela tem um poder mágico essencialmente forte, e saberá lhe orientar e guiar, assim como faz em nossa viagem através da vida. Os animais que podem representar a Deusa Anciã são a coruja, o lobo, e o corvo.

  Deusas que possuem a face Anciã bastante aflorada: Hekate, Morrighan, Hel, Cailleach, Baba Yaga, Kali, Sedna.

Esbaths

   Esbats, Esbás ou Esbaths, são celebrações feitas à Lua durante suas fases. Registros destas celebrações existem desde os celtas, que cultuavam em bosques, em grupos, as fases da Lua.
   Podem ser celebrados Esbaths durante todas as fases, ou, apenas em específicas. Ainda assim, muitas tradições cultuam todos os Esbaths da Lua Cheia, pois é considerada a de maior poder mágico. Ou, ainda, durante a Lua Nova, mas cada fase lunar possui uma característica mais forte para a celebração; visualizar a necessidade - ou não - de um pedido específico para o Esbath que você celebrará é uma forma de aumentar as bênçãos para este pedido.
   Todas as fases da Lua e todas as faces da Deusa correspondentes podem ser cultuadas durante os rituais. Os Esbás não são restringidos a deidades específicas, podendo ser cultuados com qualquer deidade feminina!
 
   A forma de culto de um esbath é muito variada. Pode-se apenas reverenciar a Lua e a Deusa em sua face (caso Lua Minguante, reverencie a Deusa Anciã, ou uma deusa que possua esse aspecto aflorado, por exemplo), com uma meditação, ou também pode-se elaborar um ritual mais completo.
   É possível apenas oferecer à Deusa uma oferenda, ou compartilhar com ela uma refeição que lhe agrade. Tudo isto depende da disponibilidade e do desejo da bruxa. Em covens, costuma ser feito uma celebração em conjunto, com rituais e atividades delimitadas e feitas por todos.
   Pode-se escolher também uma deusa específica para celebrar o Esbaths. Por exemplo, em um Esbath de Lua minguante, posso honrar Hécate ou Cailleach. Em um Esbath de Lua cheia, posso honrar Brigit, Cerridwen, Hera, Aset/Isis. Isto varia da escolha da bruxa ou do coven.

   Esbaths podem ser celebrados, também, por causas específicas, onde necessita-se de um poder maior para alguma causa. Por exemplo: uma pessoa amada está muito doente, e você deseja ajudá-la. Então, durante a Lua que está em percurso, decide valer-se do poder dela no círculo mágico para honrar a Deusa e pedi-la uma força maior para seu ritual, poção, ou o que você esteja fazendo em virtude da cura da pessoa amada.
   É algo que pode ser feito, caso você use o poder da Lua (em uma água banhada de sua energia na fabricação da poção, ou um cristal energizado), mas o poder poderá ser maior ou mais eficaz dependendo da fase em que a Lua estará. Uma Lua Crescente, por exemplo, é ótima para início de projetos e planos; se você deseja pô-los em prática, este é o Esbat para isso.
   Muitos rituais de consagração, purificação, além dos de fortalecimento interior, são praticados durante Esbaths. É a época para que você sinta a energia da Deusa fluindo por si, para alimentar seus desejos e dar força às energias.
   Estes rituais podem ser dedicados à determinadas deusas, sempre respeitando a correspondência da face da Deusa e da Lua, não só em queima de pedidos, mas também na fabricação de poções, oferendas, agradecimentos, consagração de itens e objetos mágicos, proteção, escudos mágicos, divinações com oráculos, e toda forma de magia ou trabalho mágico que seja necessário.

Drawing down the Moon - "Puxando" ou Convocando a Lua.


   O ritual de conexão com a Lua - conhecido por Drawing down the Moon - celebrado tanto por covens quanto por bruxas solitárias, é geralmente um dos principais pontos do culto de um Esbat. Pode ser feito através da energia da Lua canalizada a um cálice com água ou vinho, e então a tomada deste cálice pela bruxa ou sacerdotisa; também pode ser feito através da visualização da luz do luar preenchendo a pessoa que está a celebrar.
   Ainda pode ser feito através da meditação com a Deusa - que pode ser também uma deusa específica, e com o convite para que ela faça parte deste ritual e lhe fortaleça com seu poder pleno. Você pode também energizar um alimento, e ofertar parte dele à Deusa, e então alimentar-se de outra parte, para que aquela bênção seja encorporada em você. São diversas as formas de celebrar a conexão com a Lua, e cada qual adapta-se melhor a uma maneira.

Celebrações de Esbaths de acordo com a passagem do ano!


   Há tradições que celebram os Esbaths de acordo com a Lua Cheia do mês. São cultuados de acordo com a estação, ou seja, cada Lua possui uma ligação a uma finalidade específica. Cada tradição ou coven possui uma interpretação de cada Lua Cheia, mas de um sentido geral, possuem as mesmas bases. Para conhecer mais sobre esta forma de celebrar, leia: Esbaths - Luas do Ano.
   Muitas bruxas e covens seguem uma forma de calendário anual de Esbaths, onde são celebrados de acordo com a estação e a transformação pela qual a Terra está passando no momento. Por exemplo, o mês de Junho é um Esbath ligado fortemente ao Yule (caso você siga a Roda do Ano do Hemisfério Sul, a nossa), ao Solstício de Inverno, à noite mais longa e a transformação para os dias mais longos.
   Estes Esbaths requerem uma dedicação muito maior do sacerdote, pois cada Lua marca o início de uma meditação direcionada a áreas específicas de sua vida; alguns requerem que você reveja aspectos de sua vida e compreenda suas atitudes até então.
   Como todos os rituais, os Esbaths devem ser celebrados em todo o seu poder e plenitude, pois honrar à Deusa é honrar à vida, e celebrar o amor que há em nós.

A honrar a Deusa,
   Alannyë Daeris.