A primeira versão da Vera Sibilla data da metade do século XIX, quando o norte da Itália fazia parte do Império Austro-Húngaro. Essa relação próxima com a cultura austríaca e sua forte tradição de cartomancia foi um fator de influência para a criação desse oráculo. Os baralhos de Sibilla possuem 52 cartas, cada uma delas relacionada a uma carta e um naipe do baralho tradicional - aquele usado em jogos. As cartas da Sibilla também apresentam números de loteria, uma herança de sua ampla popularidade e forte presença na cultura italiana - ao ponto de serem encontradas à venda em tabacarias e bancas de jornais.
As imagens contidas nessas lâminas são simples mas repletas de vida, detalhes, e diversas referências históricas e mitológicas. Entretanto, não são tão intuitivas quanto outros oráculos, nem são fáceis de entender sem um estudo apropriado, devido ao contexto cultural e simbólico dos quais derivam os sentidos e interpretações. Pouco material sobre a Sibilla está disponível em língua inglesa, e menos informações ainda são encontradas em português, o que dificulta seu aprendizado, e infelizmente contribui para que continue sendo pouco conhecida fora da Itália.
Um detalhe muito interessante sobre a Vera Sibilla é o fato de ela não oferecer muitas orientações ou conselhos para o consulente. Em geral, suas leituras fazem previsões e revelam acontecimentos, fatos do passado, presente ou futuro, e são ideais para assuntos do cotidiano e da vida. A sensação é a de estar decifrando uma história, descobrindo perspectivas claras e imparciais sobre a questão ou área investigada.
A Sibilla é um oráculo com personalidade forte e uma energia totalmente diferente do Tarot, mas similar ao Petit Lenormand em alguns aspectos. Assim como o Baralho Cigano, a Vera Sibilla é chamada de "conversadeira" (ou chiaccherine em italiano), evidenciando sua fama de fofoqueira. Isso não deve ser entendido como um defeito, e sim uma constatação da forma como a Sibilla se expressa para o intérprete, sempre reveladora e direta ao ponto.
Existem vários métodos tradicionais para a leitura da Sibilla, em especial tiragens de 7, 5, 3 ou 2 cartas. Outros métodos direcionados para esse oráculo existem, mas são difíceis de encontrar. Algumas leituras criadas originalmente para Tarot e Petit Lenormand (como o Templo de Afrodite, por exemplo) podem ser adaptadas para uso com a Sibilla, mas nem todas terão um resultado satisfatório.
A resgatar saberes,
Alannyë Daeris.
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