quinta-feira, 25 de junho de 2015

Hino de Odin

Eu sou o ímpeto da guerra, o acender e a fagulha.
Sou os ânimos que se exaltam e se espalham em um campo de batalha.
O ribombar dos tambores, o bater dos machados nos escudos,
Sou o crocitar dos corvos, o olhar de Hugin e Munin através dos nove mundos.
Estou além da memória e do pensamento, pois trago a vitória ao sedento.
O sacrifício que emprego me atinge como os mais fortes ventos,
E cada gota do meu sangue é uma dádiva aos que testemunham.
O silêncio da Yggdrasil faz ecoar meu sofrimento,
Mas a sabedoria é válida sobre qualquer lamento.
Assim, uma vez mais eu perco uma parte de mim,
E meus olhares, embora limitados, têm o alcance dos corvos que me acompanham.
Eu sou o sangue que flui em seus desejos,
Sou a sabedoria que procuras através de ensejos.
Viva sob os nove virtudes, tenhas a nobreza em seu ser,
A coragem para que conheça a verdade;
Que, sobretudo, lhe norteiem a honra e a fidelidade
De manter sua palavra e os juramentos perante mim.
Seja a disciplina seu elemento de ordem,
A hospitalidade mantida para com os seus,
E a independência para com você mesmo.
Tenha a laboriosidade e a perseverança como guias,
E eu estarei ao seu lado até os últimos dias.
Lutaremos juntos, e nosso suor se misturará pelo abismo.
O medo deve ser domado, e o ódio, libertado.
Ouça minhas palavras, guerreiro, e saiba que não te abandono
Enquanto a Valknut, com orgulho, tu carregares contigo
Terei teu futuro no Valhalla para que festejes comigo.
Não temas o que não conheces; luta, e sacrifica-te, para que, tão logo, disso não esqueças:
Tudo o que puderes, domines, conquistes, e saibas. Conheças!
Como eu, por nove noites na Yggdrasil, estive sozinho
Em minha busca de sabedoria e de conhecimento, em nada permiti empecilhos.
E hoje desfruto do florescer de todo o meu empenho.
Faça-me de exemplo, e busque seu caminho
Pois, ao decorrer do mesmo, eu estarei contigo.
Sou Odin. Sou o ar pesado do conflito, e o silêncio agradável do estudo.
Sou a magia das runas, sou o conhecimento adquirido.
Sou quem lhe acompanhará em cada batalha,
E quem lhe apoiará ao quebrar todas as muralhas.
Estou contigo desde sua primeira luta até o último suspiro do Ragnarök.
Os bravos e corajosos viverão para sempre.

A lutar com honra em nome de Odin,
   Alannyë Daeris Aiodunn.

Resenha: A Panela de Afrodite - Márcia Frazão

   Sinopse: "A Panela de Afrodite apresenta uma visão mágica da culinária grega, repleta de pratos saborosos e de baixíssimo custo. Neste livro, a autora faz uma descrição delicada e criativa do universo de Afrodite e apresenta uma relação minuciosa das ervas que mantêm uma correspondência mágica com a deusa. Cinco capítulos são dedicados às receitas propriamente ditas: todos eles precedidos pelas atitudes e disposições espirituais necessárias ao bom andamento dos desejos dos leitores.
   Nas "Receitas para Conquistar um Amor", a comida de Afrodite desperta o poder adormecido e a autoconfiança das pessoas com inúmeros pratos. Nas "Receitas para Reconquistar um Amor", Afrodite se mostra avessa à autopiedade e faz uma verdadeira limpeza das lamentações inúteis. Nas "Receitas para Renovar a Paixão", Afrodite estimular o renascimento dos amores acomodados, e por isso mesmo, impotentes, com deliciosos pratos. Nas "Receitas para Fidelidade no Amor", as fitas de Afrodite lançam vagarosamente os princípios da fidelidade. Nas "Receitas para Esquecer um Amor", Afrodite dá um fim em todos os falsos amores que imobilizam, prendem e mutilam."

   Autor: Márcia Frazão.
   Editora: Bertrand Brasil.
   Páginas: 200.

Resenha

 
   Este é, eu diria, um livro essencial para qualquer bruxa de cozinha (ou Kitchen Witch). E não somente para as bruxas que gostam de ter como altar o fogão! A Panela de Afrodite tem uma linguagem bastante simples e cativante, e traz com um entendimento fácil vários detalhes importantíssimos para uma feiticeira moderna, ainda que relembrando e citando as tradições antigas.
   Como é citado na sinopse, as receitas em si são divididas em cinco capítulos. Além das receitas, existe a introdução - que é deliciosa de ler, assim como tudo o que é ilustrado e comentado por Márcia! -, que trata dos acontecimentos pessoais da autora, enquanto mulher e bruxa; um capítulo dedicado a Afrodite, novamente recheado das experiências vivenciadas por Márcia; e dois capítulos breves citando as ervas dedicadas a Afrodite, bem como os instrumentos utilizados na cozinha para a realização dos alimentos com as bênçãos dessa Deusa.
   A Panela de Afrodite é um daqueles livros que você simplesmente precisa ter seu livro das sombras ou grimório por perto para anotar as dicas e os poemas que ilustram o início dos capítulos! Tanto as descrições das ervas (que possuem além de suas características mágicas algumas dicas de emprego em feitiços) quanto as receitas são coisas que você com certeza quererá ter por perto sempre que possível!
   O embasamento da magia é feito sob os auspícios de Afrodite, desde as ervas até as próprias receitas e suas finalidades. No entanto, não é preciso ser devoto desta Deusa para aproveitar as dicas e receitas, ou para aprender um pouco mais sobre os segredos do amor realizado no seio da casa: a cozinha!

   Nota: 4,5/5
   A Panela de Afrodite veio parar em minhas mãos de uma maneira bastante interessante. Uma professora minha, durante o intervalo de uma aula, trouxe para minhas amigas dois livros de bruxaria - no caso, ambos da mesma autora, Márcia Frazão. Poucos dias depois, a moça que recebeu este livro o emprestou para mim, comentando que seria uma ótima leitura. E realmente foi!
   É um daqueles livros que simplesmente parece falar com você, e que interage de maneira exemplar. A experiência de ler A Panela de Afrodite é como a de estar imerso no próprio mundo de Márcia, na cozinha da própria Afrodite, entre as violetas e os morangos, com o cheirinho de canela no ar. As receitas são descritas de forma simples, e cada capítulo tem uma descrição pessoal da autora sobre aquela situação em questão.
   O conhecimento técnico e direto é substituído por um monólogo repleto de memórias e de vivências - e convenhamos, isto não é lá um defeito! Mas claro que, se você prefere um relato puro a respeito de magia e das maneiras de realizá-la, pode achar um pouco entediante ou desinteressante a forma como a autora transpassa suas mensagens através de experiências pessoais.
   Um dos únicos detalhes que me incomodaram é a capa (um problema já ocorrido com Wicca: Guia do Praticante Solitário), que poderia ser mais bonita e atrativa. Não é um defeito grande, mas não fosse a ótima recomendação, dificilmente teria me interessado somente observando-o de relance. O conteúdo com certeza supera as expectativas, e faz com que seja um dos meus livros preferidos sobre Kitchen Witchcraft. É uma ótima leitura para qualquer pessoa que queira acrescer seus momentos na cozinha com um pouco mais de magia, sob as bênçãos do amor de Afrodite.

A ler entre a sálvia e o manjericão,
   Alannyë Daeris Aiodunn.

domingo, 7 de junho de 2015

Altar para o Sagrado Feminino e Altar Menstrual

   O altar para o Sagrado Feminino é uma forma de honrar as formas de manifestações das energias femininas. É uma maneira de buscar resgatar a conexão com a(s) Deusa(s), com a natureza feminina em todos os seus aspectos.
   Pode ser feito tanto por mulheres quanto por homens, entretanto, o foco do altar é diferente para ambos. Enquanto mulheres podem fazê-lo para ter uma maior intimidade com seu corpo e com seus ciclos - mantendo, assim, um altar menstrual -, homens podem ter um altar para o Sagrado Feminino para buscarem o equilíbrio entre as energias masculina e feminina, e também compreender os mistérios da(s) Deusa(s).

Altar Menstrual


   O altar menstrual, como é conhecido, é um local sagrado onde a mulher se dedicará a compreender sua própria natureza enquanto mulher, como Donzela, Mãe e Anciã.
   A diferença entre o altar do Sagrado Feminino e o altar menstrual é que o altar menstrual é feito por mulheres durante seu ciclo menstrual, que é o ápice de sua conexão com o Sagrado Feminino. Ou seja, altares para o Sagrado Feminino podem ser feitos por homens, enquanto os altares menstruais são mantidos somente por mulheres (sejam elas cis ou trans) por virtude dos ciclos menstruais. Isto não impede que homens ofertem vinho ou similares em seus altares do Sagrado Feminino, mas o que caracteriza o altar menstrual é a simbologia do ciclo feminino de fertilidade.
   Ele pode ser erigido durante o primeiro dia da menstruação, ou ser mantido independentemente do ciclo menstrual da mulher. No entanto, durante a menstruação, ele deve receber uma atenção maior e dedicação. Isto pode incluir meditações, rituais, orações, danças, bem como a oferta do próprio sangue menstrual no altar, como forma de honra a si própria e à(s) Deusa(s). O sangue ofertado pode ficar pelo tempo que você definir em seu altar, e deve depois ser depositado sobre a terra, como forma de simbolizar o retorno da fertilidade para a natureza.
   Caso a pessoa não menstrue ou não queira depositar seu próprio sangue em seu altar, pode utilizar vinho ou água (preferencialmente que tenha sido banhada e consagrada sob a Lua). Da mesma maneira que o sangue menstrual, o vinho ou a água devem ser depositados sobre a terra, com a mesma simbologia de retornar a fertilidade de seu corpo para a terra.

   Criando seu Altar


   Existem inúmeras formas de criar e decorar seu altar para o Sagrado Feminino. Você pode montá-lo em uma pequena estante, sobre uma mesa de cabeceira, ou em algum espaço que possa utilizar por pelo menos uma semana de seu mês. No caso, é preciso definir se ele será permanente, ou se você - como mulher -, o montará somente durante seu ciclo menstrual. Feito isso, escolha um local que mais se adapte às suas necessidades, e comece a organizá-lo!
   A organização para arrumar um altar é de âmbito completamente pessoal; não existe nenhuma forma "correta" de decorar. Opte por distribuir os objetos e representações da maneira que mais lhe parecer atraente; afinal, este é um cantinho seu, que representará sua própria conexão com a(s) Deusa(s)! Se você ainda não sabe ao certo o que pode colocar em um altar para o Sagrado Feminino, eis algumas das ideias listadas abaixo.

☾ Imagens, desenhos e estátuas de Deusas;
☾ Conchas e Búzios;
☾ Velas avermelhadas ou prateadas;
☾ Caldeirão e/ou Cálice;
☾ Flores e Guirlandas;
☾ Representações de animais ligados à mulher (Serpentes, Gatos);
☾ Símbolos do Sagrado Feminino (Triluna, Labrys, Espiral, Triquetra, entre outros);
☾ Jarro Menstrual (que pode ser substituído por um jarro com vinho);
☾ Diário ou Livro Menstrual;
☾ Colares, pulseiras e joias menstruais;
☾ Incensos que possuam ligação com o Sagrado Feminino;
☾ Gemas como o Jaspe Vermelho, Quartzo Rosa, Pedra da Lua e Pérola, entre outras que possuam conexão com o Sagrado Feminino.

☽❍☾

   Independentemente de sua identidade ou expressão de gênero e orientação sexual, lembre-se sempre que o Sagrado Feminino habita em cada um de nós, e honrá-lo é honrar a própria natureza que nos cerca.

A honrar o Sagrado Feminino e as Deusas,
   Alannyë Daeris Aiodunn.