sexta-feira, 18 de março de 2016

Resenha: Alento do Dragão: Práticas de Magia Dragônica - Dragony Scatha e Morgana Luna Boanna

   Sinopse: Dragões são conhecidos muitas vezes nas lendas por serem guardiões de tesouros, talvez um pouco desta egrégora tenha tomado conta do coração de cada praticante de Magia Dragônica, pois cada um de nós encontra certa dificuldade em compartilhar nossos tesouros (conhecimentos).

   Autor: Dragony Scatha e Morgana Luna Boanna
   Editora: 7Cores Design
   Páginas: 178

Resenha


   Práticas de Magia Dragônica é um daqueles livros que fazem você se apaixonar por inteiro. É uma leitura cativante, o que se acentua pela beleza da edição e pelos detalhes - como a escolha das fontes e os símbolos que decoram as páginas - que enchem os olhos. 
   As notas laterais se estendem por grande parte da obra, abrangendo palavras cujo significado podem não ser de conhecimento do leitor, de maneira que, independentemente de seu nível de estudo, você possa prosseguir tranquilamente a leitura.
   Com uma linguagem que encanta com sua poesia, o livro é uma ode aos Dragões, à magia e à energia primordial que circunda a tudo e todos. Descreve como são conhecidos os Dragões em diversas culturas, aborda sobre os diferentes clãs dragônicos, a diferença entre os termos "draconiano" e "dragônico", e o código de ética e sua importância na Dragon Magick.
   Não se atendo somente à parte básica sobre a Magia Dragônica, o livro trata sobre o altar e os instrumentos - com instruções para a confecção dos mesmos -, dicas de oferendas, como estabelecer contato, e exemplos para ritual e meditação com os Dragões. Rituais para serem feitos durante os 13 esbaths do ano também são descritos, com sugestões de Deusas e relatos a respeito das mesmas.
   As Runas dos Dragões são apresentadas em todo o seu significado cosmológico, como o ciclo da existência; além disso, um compêndio de todas as runas e seus usos individuais, para a divinação e para utilização em feitiços e encantamentos, também acompanha o livro.
   Porém, o ponto alto de Práticas de Magia Dragônica é o capítulo tratando da Jornada do Ser Cósmico. Através das Runas dos Dragões, a Jornada busca o autoconhecimento, a conexão com os Dragões, e pode servir como uma maneira de potencializar feitiços, compreender o futuro pela divinação, e principalmente atrair as energias dragônicas para sua vida.
   Para aqueles que se interessam por Star Magick, o livro também detalha a união de ambas no capítulo O Voo do Dragão - como conectar-se com os Dragões Estelares, aqueles cujas energias vibram em harmonia com o cosmos, e cujo poder é equivalente a imensidões. 

   Nota: 5/5

   Este livro tem um significado muito especial para mim. Não apenas porque fico honrada em minha participação nos capítulos a respeito das Runas dos Dragões, mas também por conhecer e admirar o trabalho de Dragony Scatha. 
   É um livro inclusivo de diversas maneiras. Logo no início há uma observação que atenta para o fato de os escritores terem optado pela utilização do símbolo "@" ao invés do normativo "o" em palavras que se referem a ambos os gêneros. Mesmo que pareça um detalhe irrelevante, é uma maneira de indicar a igualdade que os autores almejam,
   Todos os rituais são profundamente detalhados, assim como as meditações. Os rituais para Esbaths são uma atividade mágica interessantíssima para uma maior conexão com os Dragões bem como honrar o Sagrado Feminino.
   Alento do Dragão é certamente o livro sobre Dragon Magick mais detalhado e aprofundado que você pode querer - seja pelo interesse nesses seres ancestrais, pelo desejo de poderosos rituais e aperfeiçoamentos na magia, ou por qualquer outro motivo!

A celebrar com os Dragões,
   Alannyë Daeris Aiodunn.

quinta-feira, 17 de março de 2016

Vegvisír

   O Vegvisír é um símbolo islandês utilizado para trazer boa sorte em viagens. Seu nome, em tradução livre, significa "sinal guia". Por vezes é conhecido como "bússola viking" ou "bússola rúnica".
   Essa runa traz a boa ventura em viagens, afasta tempestades e mau tempo, e também evita que a pessoa que a utiliza se perca. Originalmente, o Vegvisír era empregado para viagens marítmas, porém seu propósito pode ser adaptado para práticas mágicas atuais.
   A utilização do Vegvisír, tanto na antiguidade quanto nos dias presentes, pode ser feita através de amuletos ou talismãs, ou desenhado no corpo. Os povos islândicos entalhavam em seus navios para que sempre encontrassem seu caminho, e desenhavam com sangue na testa dos viajantes que partiam em longas viagens.
   Esse símbolo aparece, no Manuscrito Huld (1860 d.C), um livro de sigilos, encantamentos e selos islândicos, juntamente com vários outros símbolos similares. Também é visto em outros dois outros manuscritos: Galdraskræður (1940 d.C) e Galdrakver (Séc. XIX). Porém, o Vegvisír também é citado em inúmeros grimórios datando do século XVII, tendo possivelmente influência antiga germânica.

Imagens do Vegvisír em manuscritos. São eles, respectivamente: Manuscrito Huld, Galdraskræða e Galdrakver.

   No Manuscrito Huld, a seguinte frase acompanha o desenho rúnico: "Quando esse símbolo é carregado, a pessoa nunca perderá seu caminho em tempestades ou em tempo ruim, mesmo que o caminho não seja conhecido".
   É visto como um quadrado no Manuscrito Huld, porém também é desenhado em formato circular. Porém, não deve ser simplificado, e todas as linhas devem ser desenhadas ao ser utilizado em magia rúnica. O motivo para evitar as versões mais simplificadas é o fato de que, como é um símbolo rúnico, todos os traços e runas tem sua importância. Assim, empregar magicamente um Vegvisír sem todos os seus detalhes pode surtir pouco ou nenhum efeito.

Na imagem acima, dois Vegvisír encontrados na internet.

   Pode-se observar nas imagens acima dois Vegvisír. O símbolo da esquerda é o simplificado, que deve ser evitado em usos mágicas. Circulei em vermelho os locais aonde faltam detalhes.
   Na direita, um Vegvisír fiel ao descrito no Manuscrito Huld. Circulei em azul o detalhe opcional, que nem sempre é visto em todos os símbolos.
Fontes: Galdrastafir
A viajar tranquilamente,
   Alannyë Daeris Aiodunn.

Hino de Bastet

Em meu templo o sistro chocalha
Me livro por inteiro de todas as muralhas
Eu sou selvagem.
Eu sou livre.
Eu sou Bastet.
Meu miado ecoa pelos céus estrelados
E os ventos consigo levam meus chamados
Eu sou mãe.
Eu sou filha.
Eu sou Bastet.
Ao meu arbítrio, provoco a mudança
E desperto desejo com a minha dança
Eu sou mulher.
Eu sou intensa.
Eu sou Bastet.

Eu sou a mãe protetora que luta com garra
Sou o beijo apaixonado que faz suspirar.
Eu sou a música que encanta e emociona
E sou o amparo familiar.
Eu estou ao seu redor, em todo o lugar
No aroma das flores e dos incensos,
No silêncio da noite reconfortante,
No brilho do sol aconchegante.
Eu sou a proteção, sou o amor,
Sou a dança e a alegria.
Eu sou a senhora da chama,
O instinto vivo e ardente queimando em seu ser,
Que faz ranger os dentes em fel,
Que faz o prazer ter o gosto do mel.
Chame por meu nome e eu atenderei,
Peça por minha proteção e eu consigo estarei,
Dance em meu nome e por você eu olharei.
Eu sou Bastet
E enquanto você ousar, dançar e amar
Eu com você dançarei também.

A dançar e amar,
   Alannyë Daeris Aiodunn