terça-feira, 25 de novembro de 2014

Banhos Mágicos II

   Estes banhos mágicos possuem uma finalidade mais leve e que é de desejo de todos: amor. Atrair, afastar, livrar-se de amores antigos; não importa sua intenção, aproveite o calor da estação, aproveite o Beltane (caso você rode pela Roda do Ano do Hemisfério Sul) e deixe que o amor contagie-o!
   Apenas lembre-se que você não "amarrará" ninguém com estes banhos, eles apenas atiçarão e aumentarão seu poder de sedução ou de atração, ou ainda de banimento, caso seja seu desejo.


Banho mágico para atração


   Ferva uma maçã picada em cubos muito pequenos em aproximadamente 500ml de água. Deixe esfriar e coe a polpa da fruta, separando então esta cidra que você fez, colocando o suco de maçã em uma garrafa.
   Em 500ml de água, adicione uma colher pequena de canela em pó (caso utilize a canela inteira, coloque o equivalente a uma colher), e mais um punhado de pétalas de rosas vermelhas, ou ainda algumas gotas de óleo essencial de rosas. Ferva, e deixe esfriar. Quando estiver suficientemente morno ou frio, misture com o suco da maçã, e jogue em seu corpo do pescoço para baixo ao terminar seu banho higiênico. Caso você possua banheira, misture um pouco desta poção na água limpa após seu banho higiênico, e permaneça por pelo menos 5min se banhando calmamente com esta poção, visualizando-se atraindo o que (ou quem) você deseja.
   Para maior poder da poção, acenda uma vela vermelha ou cor-de-rosa, e acenda incensos relacionados a atração ou amor em seu banheiro, sempre visualizando a atração que você quer atingir e trazer para sua vida.
   Caso queira utilizar a polpa da maçã, pode ofertá-la colocando em algum lugar na natureza, ou em seu altar, honrando alguma deidade, agradecendo e reforçando seu pedido de atração.

Banho mágico para afastar amores antigos

   
   Em um litro de água, adicione um punhado de arruda, angélica e pétalas de rosa branca, preferencialmente. A arruda funcionará banindo o amor que você não quer mais por perto; a angélica, como um reforço da sua auto-estima e do seu amor próprio, bem como para proteção; as pétalas da rosa branca lhe ajudarão com a tranquilidade e harmonia, bem como para abrir seu caminho para novos amores.
   Deixe ferver, coe as ervas, e então banhe-se com a poção após seu banho higiênico normal, jogando-a do pescoço para baixo, ou adicionando um pouco da água em sua banheira. 
   Se desejar, acenda velas pretas na intenção de banir, visualizando aquele amor indo embora. Pode acender uma vela branca também, caso deseje banir na intenção de trazer a paz e restaurar a harmonia da sua vida. Pode adicionar um cristal de ônix após a fervura das ervas, enquanto o preparado esfria, na intenção de que a pedra ônix ajude no desejo de banir. Depois, queime as ervas, pedindo proteção aos deuses.

A me banhar,
   Alannyë.

sábado, 22 de novembro de 2014

Dicionário Mágico

   O propósito deste pequeno glossário é esclarecer alguns termos que possam vir a ser utilizados frequentemente quando se trata de magia. Darei algumas explicações mas sem aprofundar muito nos assuntos, apenas a título de informação.


Amuleto: objetos geralmente utilizados no cotidiano, servem para afastar energias más, como uma forma de proteção. Podem ser anéis e colares, desde que consagrados com a intenção de proteção. Geralmente, então, serve para banir.

Arte: o nome deriva de "the Craft", em inglês, que é como as bruxas tradicionais costumam denominar suas práticas. Significa a Arte da Deusa, bruxaria em geral.

Athame: é um punhal ritualístico, de cabo preto e geralmente sua lâmina possui dois fios - que não precisam ser afiados, já que você só o utilizará para traçar o círculo mágico e para cortar energias, somente no ar. Ou seja, raramente é utilizado para cortar, já que para isso, há o boline. Pode ser feito de qualquer material, incluindo madeira, metal, porcelana, argila, etc.

Boline: o boline é uma faca, geralmente de lâmina arredondada como uma meia lua, de cabo branco. É similar ao athame, embora o boline tenha a finalidade específica de colher ervas, inscrever objetos e também de cortar o que for necessário - enquanto o athame tem uma finalidade mais ritualística. O boline não é usado para traçar o círculo mágico.

Carregar (magicamente): carregar magicamente é, após a purificação, colocar energias para determinado fim em um objeto. Você pode carregar lápis para estudos, amuletos, talismãs, poções, qualquer coisa, mas geralmente são objetos específicos.

Charm: é uma palavra em inglês que significa "encanto". Tem este nome pois geralmente ao confeccionarmos os charms, entoamos cânticos para que nossa intenção seja posta neste objeto. Charms são similares a amuletos e a talismãs, dependendo da finalidade.

Círculo mágico: é o círculo de poder que nos circunda quando praticamos um ritual ou algo. Traçamos o círculo mágico para proteção e também para reunir toda a energia que precisaremos naquela atividade mágica, banindo do círculo as que não convêm no momento. Pode ser traçado fisicamente, com flores ou pedras, como também pode ser apenas visualizado e sentido, em inúmeras formas. É o templo e o local sagrado para a prática de magia, independente de local ou da situação.

Consagração: consiste em indicar ao objeto ou utensílio para que ele servirá. Por exemplo, podemos consagrar uma vela colocando nossa energia nela e dizendo-na que servirá para atrair boa sorte para nossa vida. A consagração de objetos serve para imbuí-los de poder mágico, para que tenham a mesma energia que nós, e assim, nos sirvam sem influências de outras energias. Geralmente a consagração é feita após a purificação. É uma forma de carregar magicamente os utensílios e objetos.

Coven: é um grupo de bruxos que compartilham da mesma tradição. Tradicionalmente, é composto de até 13 bruxos, e ao haver excesso, formava-se um coventículo, ou clã menor, com os membros que excedem os 13. Os covens costumam compartilhar um Livro das Sombras e as mesmas crenças.

Dagyde: a famosa "boneca voodoo", embora não seja somente utilizada para finalidades de maldições. As dagydes provêm do hoodoo, um conjunto de práticas e tradições indígenas, e servem para cura, para trazer amor e prosperidade para uma pessoa, ou para a finalidade que for necessário.

Divinação: ato de visualizar o futuro. É feita através de oráculos - como as runas, o pêndulo ou o tarô -, ou por visualização de chamas de velas, scrying com espelhos ou o caldeirão repleto de água, borra de café, dentre diversas outras formas. A divinação não diz exatamente como será o futuro, apenas lhe dá uma prévia do que pode vir a acontecer, pois sabemos que o futuro é muito maleável, e todas as ações, por menores que sejam, influenciam nas situações que estão por vir.

Elixir: chá ou poção que não passou pelo processo de transformação. Geralmente é um chá gelado, no qual não houve a fervura da água, ou um vinho de especiarias, no qual apenas os ingredientes foram postos sem a necessidade de esquentar o vinho propriamente.

Encantamento: forma de ritual geralmente com cânticos ou poemas. É similar ao charm. Encantar algo é imbuir este algo com intenção e com nossa energia, a fim de atingirmos objetivos definidos pela intenção.

Esbath: celebrações das fases da Lua. Tradicionalmente, eram celebrados os Esbaths de Lua Cheia, mas todas as fases podem possuir uma celebração de Esbath, sendo então de acordo com sua prática pessoal, necessidade, ou coven.

Evocação: é o ato de convidar ou ofertar algo a uma deidade. Por exemplo, pode-se evocar Bastet ao convidá-la para o círculo mágico durante um ritual. Pode-se evocá-la também ao ofertar um pouco de leite e dizer: "Bastet, este leite é minha singela oferenda em honra às bênçãos que tens me dado em minha vida, é um agradecimento por seu amor e proteção". Isto é evocação, e difere de invocação.

Familiares: guardiões elementais que tomam a forma de animais, como por exemplo, gatos. Pode ser um animal doméstico, que você terá uma amizade muito forte e terá a mesma sintonia que você, ajudando e participando de sua proteção.

Feitiço: geralmente feito apenas com palavras, no máximo com apoio de velas e incensos, é uma forma de magia baseada apenas na intenção e na visualização do que você deseja acontecendo, através das palavras e da vontade.

Intenção: a intenção é o que você deseja alcançar com aquela atividade mágica. É utilizada junto com a visualização, para que você consiga dar uma finalidade específica ao ritual, talismã, feitiço ou objeto. Por exemplo, ao acendermos uma vela à Deusa, devemos nos concentrar e termos em mente que essa vela servirá para honrar e mostrar nosso amor à Deusa. Esta seria, no caso, a intenção: honrar e amar a Deusa com o simples ato de acender uma vela.

Invocação: ato de trazer pra dentro, convidar deidades para fazerem parte de seu círculo mágico, ou, em situações como no xamanismo, os elementos são invocados para falar pelo xamã.

Libação: ato de ofertar bebidas como honra aos Deuses ou a outros seres mágicos. A libação pode ser feita ao despejar líquido na terra, ou também por ofertar no altar e depois ingerir. É uma forma de oferenda.

Livro das Sombras: também conhecido como Grimório, é um livro pessoal que registra seus atos mágicos, seus aprendizados, cânticos, orações, poções, magias, encantamentos, e diversos outros conhecimentos que você acha importantes para sua vida mágica. Serve como apoio para quando você tiver dúvidas, como um retrato de tudo que você aprendeu e tudo que você praticou durante suas práticas. Você pode escrever as poções que fez, os sonhos que teve, os sinais que os Deuses lhe enviaram, meditações, como foi a celebração de cada Sabbath, como você acredita que podem ser celebrados, alfabetos mágicos, Esbaths, o que é o Deus e a Deusa para você, textos para seus Deuses de culto, dentre diversas outras coisas.

Mal: na magia, são energias que possam vir nos prejudicar. O mal é relativo, então, isto varia de pessoa para pessoa; geralmente fala-se em "energias más", pois elas nos prejudicarão, e para isto fazemos escudos e defesas mágicas, talismãs e amuletos.

Mão projetiva: é a mão com a qual escrevemos e fazemos grande parte das atividades manuais. É a mão que envia as energias para fora de nosso corpo, sendo então utilizada para imbuir objetos com nossa energia, para manusear o athame, traçar o círculo mágico, dentre outras atividades mágicas.

Mão receptiva: o oposto da mão projetiva, é a mão que recebemos as energias em nosso corpo. Pode ser usada para destraçar o círculo mágico, bem como é o foco das meditações de auto-conhecimento.

Oferenda: na forma de libação ou em diversas outras, é um dos caminhos para honrar os Deuses, elementais e seres mágicos. Pode ser com bebidas, alimentos, incensos, velas, cristais, orações, cânticos, cone de poder, meditação, artesanatos, atividades físicas, artesanatos, ou ainda com objetos específicos. É uma forma de agradecer e honrar os Deuses.

Pagão: era como chamava-se os povos pré-cristãos na Idade Média. Hoje, com o advento do neopaganismo, serve para denominar os que seguem estas religiões, como o druidismo, o asatrú, xamanismo, dentre outras crenças mágicas antigas. A Wicca é conhecida por ser uma forma de neopaganismo.

Poção: composto mágico que passa pelo processo de transformação, principalmente a fervura da água. É similar a um chá, embora seja encantado e carregado magicamente para atrair ou banir determinadas coisas. A escolha de ervas é extremamente cuidadosa e influencia no resultado final, bem como os cristais, sigilos, símbolos e runas, que são opcionais, também devem ser escolhidos de acordo com a intenção que teremos ao fabricar a poção, pois podem aumentar seu poder, ou fazer com que ela acabe se anulando e não funcione.

Polaridade: é a característica da oposição, das energias opostas que se complementam, como o Sagrado Feminino (Deusa) e o Sagrado Masculino (Deus). É representada em símbolos como o Yin Yang, por exemplo. É o que caracteriza o equilíbrio.

Purificação: ato de retirar energias que determinado objeto ou utensílio contenha, a fim de colocar neste utensílio as energias que precisamos ou queremos que ele possua. É uma forma de deixar o objeto completamente livre para que nossas energias fluam através dele, e também para que não traga maus agouros em nossa vida.

Ritual: pode servir para diversas finalidades, desde a confecção de amuletos e talismãs, até o culto mais elaborado a uma deidade. Rituais costumam ter diversos utensílios, como incensos e velas, e são estruturados de acordo com o que será feito, o que será usado, e para que servirá. Geralmente possuem a presença de uma deidade que será honrada, costumam ter oferendas ou libações a esta deidade no final. Rituais sempre são feitos dentro de um círculo mágico, na Wicca.

Sabbath: são oito festivais do ano, que celebram o mito da Roda do Ano - a vida do Deus e da Deusa, e também o passar das estações.

Talismã: objetos que servem para atrair determinadas energias ou situações para sua vida. Por exemplo, um talismã que atraia prosperidade, ou amor. Difere de amuleto pois não se restringe somente a proteção, serve para atrair.

Visualização: é quando conseguimos obter quase que tangível em nosso cérebro a intenção que queremos com alguma atividade. É imprescindível para que atinjamos objetivos na magia, e é utilizada mesmo nas coisas mais simples, como o traçado do círculo mágico.

Xamanismo: conjunto de práticas e crenças de diversas localidades ao redor do mundo: indígenas brasileiros, centro e norte-americanos, asiáticos, e até mesmo entre os nórdicos foram encontradas atividades de cunho xamânico. É uma tradição animista, que cultua a natureza, animais de poder, ancestrais, e principalmente, os quatro elementos. Os xamãs podem romper com o véu da realidade, tendo muita afinidade e poder com magia natural, cura e bênçãos.

Guia de Estudos

   Se você recém conheceu a bruxaria, ou tem estudado há algum tempo, mas não tem certeza de como se orientar ou o que dar mais importância em suas leituras, criei a minha própria visão sobre o que você deve realmente se dedicar primeiramente, e o que pode ir adiando, ou lendo paralelamente.
   Lembrando que esta lista serve para meus estudos, ou seja, pode ser que você já saiba algumas coisas e/ou prefira priorizar outras leituras, sendo então de caráter pessoal a adoção ou não deste guia.

História


 ☽❍☾ Como eram as religiões desde a pré-história, quem eram os deuses dos hominídeos das cavernas;

 ☽❍☾ As primeiras civilizações e suas crenças (Sumérios, Gregos, Egípcios, tribos africanas, entre tantas outras civilizações);

 ☽❍☾ Os mitos de criação e as divindades dos panteões (de todos que você puder estudar, não se limite somente à Europa, estude os povos nativos da América Central, da Ásia, África, e você conhecerá muitas coisas! Lembrando que os Deuses que cultuamos não são apenas os célticos ou gregos, mas sim, todos os que desejarmos, e isto inclui deuses astecas, maias, yorubás, chineses, indianos, brasileiros...);

 ☽❍☾ Os primórdios do cristianismo e suas influências, sua relação com os povos pagãos e no que o advento do cristianismo influenciou em todos os aspectos (crenças, modo de vida, civilizações);

 ☽❍☾ Como surgiu o neopaganismo, as religiões reconstrucionistas, novos sistemas mágicos e o que tudo isto significa;

 ☽❍☾ Druidismo, xamanismo, Asatrú: o que são, quais suas histórias e características? São importantes em sua vida mágica?

 ☽❍☾ Bruxaria tradicional, Stregheria e vertentes antigas da bruxaria.

 ☽❍☾ A Wicca e a bruxaria renovada no mundo atual.

Divindades e panteões


   Compreender os panteões e suas relações em nossa vida, as divindades e suas características é algo tão importante quanto conhecer a história. Precisamos conhecer os Deuses, interessarmo-nos por Eles, a fim de que tenhamos então nossos Deuses de culto pessoal, e isto acontecerá de acordo com a afinidade ou influência que determinado Deus ou Deusa exerce em nossa vida. 
   Então, precisamos conhecê-los e compreendê-los, até que saibamos bem quem são Eles, como se manifestam, no que influenciam ou podem influenciar, e tantas outras características que aprenderemos com nosso culto prático nas meditações.

 ☽❍☾ A Deusa, suas características, associações, todas as faces, seu culto antigo e atual, e todas as outras informações possíveis a respeito Dela;

 ☽❍☾ O Deus, suas faces, atributos, culto, e todas as informações possíveis;

 ☽❍☾ Sagrado Feminino e Sagrado Masculino, o equilíbrio do universo, e seu culto em diversas religiões;

 ☽❍☾ Os panteões mitológicos de cada civilização. Conhecer bem os Deuses que participam, o que cada um significa, os mitos e as histórias sobre estes Deuses;

 ☽❍☾ Conhecer como era o culto aos Deuses de cada civilização, e compreender os motivos de determinados rituais, como eram feitos, para quem eram celebrados os festivais, etc;

 ☽❍☾ Diferenças entre religiões: monoteísmo, henoteísmo, politeísmo, duoteísmo. 

Doutrina, crenças e princípios da bruxaria


 ☽❍☾ As divindades de culto (esse tópico precisa do estudo prévio dos panteões e dos Deuses), como cultuá-las, de que maneira ter contato com elas, etc;

 ☽❍☾ As diferentes crenças dentro do paganismo: compreender e saber discernir os rituais entre nórdicos e gregos, por exemplo - seja na civilização antiga, bem como também na atual religião neopagã ou reconstrucionista;

 ☽❍☾ A natureza e sua importância no paganismo;

 ☽❍☾ As estações do ano, as fases da Lua e outras situações e datas importantes para o culto pagão;

 ☽❍☾ Por que não cultuamos o deus cristão nem adotamos práticas do cristianismo em nossa religião, quais as diferenças entre o cristianismo e a bruxaria, diferenças entre os deuses pagãos e o deus cristão;

 ☽❍☾ A Lei Tríplice, a Lei do Retorno, e outras leis da bruxaria;

 ☽❍☾ Doutrinas e princípios gerais da bruxaria, e também de suas vertentes;

 ☽❍☾ Leis e/ou princípios sobre a magia.

Teoria e prática sobre magia 


 ☽❍☾ O que é energia, e como ela é utilizada? Como dominamos e manipulamos a energia? Para que fazemos isso, e em quais situações? O que é o cone de poder?

 ☽❍☾ Quais os itens que podemos utilizar para aumentar nosso poder mágico, mesmo que temporariamente? E quais são os instrumentos mágicos que utilizamos nos rituais e em outras práticas mágicas?

 ☽❍☾ O que é o círculo mágico, e para que serve?

 ☽❍☾ Magia negra x Magia branca: Magia tem cor?

 ☽❍☾ Os quatro elementos, seu poder e influência na magia;

 ☽❍☾ Invocação, evocação e canalização;

 ☽❍☾ Guardiões, elementais e seres mágicos;

 ☽❍☾ Defesa mágica: amuletos, banhos, elixires, poções, feitiços e guardiões;

 ☽❍☾ Como são feitos, quais as preparações e as etapas de um ritual?

 ☽❍☾ Criação de poções: por que fazer, o que utilizar, em que ordem, energização e empoderamento das poções. Diferenças entre elixires e poções. Este estudo também serve para banhos mágicos;

 ☽❍☾ Oráculos e as diferentes formas de divinações. Neste tópico, entram as diversas runas, os inúmeros tarôs, pêndulos, dentre outras formas de oráculo (fogo, água, scrying, borra de café, etc);

 ☽❍☾ Magia das velas, incensos e ervas. Quais seus fundamentos? Quais os principais incensos, velas e ervas utilizados?

 ☽❍☾ Cores e sua influência na magia: a importância da cor em velas, na fabricação de amuletos e talismãs, e outros itens mágicos;

 ☽❍☾ Magia do caos, pop magick e afins;

 ☽❍☾ Sistemas mágicos variados.

A Roda do Ano


 ☽❍☾ A celebração dos Sabbaths

 ☽❍☾ O mito da Roda do Ano e sua influência em nossa vida: mudanças comportamentais, mudança de pensamentos e de sensações;

 ☽❍☾ Esbaths e sua importância;

 ☽❍☾ As celebrações cristãs e seu apropriamento dos verdadeiros cultos pagãos;

 ☽❍☾ Hemisfério sul ou Hemisfério norte? Quais as vantagens e desvantagens?

 ☽❍☾ As quatro estações, os solstícios e equinócios;

 ☽❍☾ A influência da Lua e do Sol em nossa vida cotidiana e mágica;

 ☽❍☾ Como celebrar os Esbaths e os Sabbaths? O que ofertar, que deuses cultuar, como fazer os rituais? Quais os costumes e tradições?

Sacerdócio e comportamento


 ☽❍☾ Dedicação e iniciação: o que é ser um dedicado e o que é ser um iniciado? Quais as diferenças entre um iniciado por outro sacerdote ou coven, e um auto-iniciado?

 ☽❍☾ Optar por covens ou por ser bruxa solitária? Quais as vantagens e desvantagens de cada uma das opções?

 ☽❍☾ O que é uma tradição? Quais suas características? Quais as mais conhecidas?

 ☽❍☾ Como é viver no caminho dos Deuses? O que significa ser um sacerdote, quais as responsabilidades que esta atitude implica?

 ☽❍☾ Como e o que é ser um bruxo, e quais atitudes que fazem e as que não devem fazer parte de um dedicado/iniciado;

 ☽❍☾ Como praticar a bruxaria no cotidiano, em casa? Quais atitudes adotar para honrar os Deuses mesmo nas situações mais comuns do dia-a-dia?

 ☽❍☾ Princípios pessoais e pensamentos sobre a bruxaria, sobre comportamento, honra e culto aos Deuses. Tenha em mente o que você considera certo ou errado, o que você adota em sua vida ou não. Para formar sua opinião, estude sobre os princípios e pensamentos alheios sobre tradições e crenças.

 ☽❍☾ A natureza, o culto à vida e à morte, e o renascimento na bruxaria. 


Lista criada por: Alannyë Daeris. Baseada neste link.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

A Deusa

   A adoração de formas femininas remonta à pré-história. As vênus, estatuetas pequenas que representavam mulheres de seios e quadris fartos, podem ser consideradas o primeiro vestígio sobre um culto matriarcal. A primeira destas estátuas tem uma idade estimada entre 200.000 e 300.000 anos de existência, e é conhecida por Vênus de Tan-Tan.
   Estes desenhos de personagens femininas com curvas grandes eram esculpidas em barro e desenhadas nas paredes das cavernas, juntamente com os desenhos de animais e de caçadas, que eram formas de demonstrar a importância dessas atitudes na vida daqueles grupos nômades. Assim, sendo gravada em locais onde os seres humanos primitivos descansavam e faziam morada temporária, a vênus possuía seus atributos de importância, e demonstrava que havia então alguma forma de crença ou de necessidade ao criá-la. Era de extrema necessidade que estes grupos tivessem mulheres férteis, pois de caso contrário, não haveria indivíduos o suficiente para sobreviver aos ataques de animais selvagens, à fome, e às adversidades do tempo.
Vênus de Willendorf, uma das estatuetas
mais famosas. Pertence ao período paleolítico.
   As curvas, a vulva, os quadris e os seios exagerados eram formas de valorizar as necessidades do grupo, que uma mulher deveria possuir para ser ideal: a vulva é a fertilidade, o órgão que gera a vida. Os quadris grandes eram demonstrações de que esta mulher não teria problemas ao dar a luz. Os seios exagerados, que nunca faltaria leite ou alimento para sua cria. As curvas grandes eram demonstrações de força, de poder para proteger seus filhos, e também de fartura, pois tendo gordura em seu corpo, esta mulher não pereceria facilmente caso faltasse alimento.

   A Deusa continuou a ser cultuada até pouco antes do advento do cristianismo, quando a sociedade tomou rumos diferentes do que havia sido até então: a sociedade que antes era arranjada de maneira matriarcal, regida pelo calendário Lunar e com sacerdotisas sendo as líderes espirituais das tribos, aldeias e também sociedades, acabou colocando a mulher de posição inferior, sendo atribuída à cuida da casa e dos filhos, e o cristianismo ajudou a completar este ciclo, tornando a sociedade fortemente patriarcal.
   Esta importância do patriarcado na sociedade pode ser visto através das religiões que surgiram, e podemos nos basear então no cristianismo para mostrar este patriarcado. As mulheres passaram a ser consideradas impuras, o sexo passou a ser algo censurado para as mulheres, que deveriam apenas ter um marido e ter relações apenas com ele, sendo o adultério feminino algo digno de pena de morte, enquanto homens traíam suas esposas amplamente, e seus feitos eram divulgados entre as comunidades de forma natural.
   Com o estudo das sociedades pagãs e seus cultos, podemos então descobrir e desvendar inúmeras destas características do culto da Deusa. Ela sempre esteve presente nestas culturas, seja através de deusas específicas, como Inanna, Afrodite, Hera, Isis/Aset, Vêuns, Yemanjá, Bastet, Lilith, Morrighan, Cerridwen, Hécate, Pele, e tantos outros nomes de divindades cultuadas desde o início destas civilizações. O culto à Deusa significa honrar nossos ancestrais, sentir e perceber que ela está em tudo, na fertilidade, no amor, na dança, nas flores, nos animais, em tudo que nos cerca.
   Ela nos acaricia quando vemos a chuva caindo, nos ama quando libertamos nossos desejos sob o Luar, nos protege quando temos dúvidas, nos guia quando estamos perdidos, a Deusa faz parte de nós como nós fazemos parte dela. A Deusa não mora no céu, nem no submundo - ela está entre nós diariamente, nas atitudes e nas coisas mais simples, em nosso cotidiano, em nossa vida. Não precisamos de muito para contatá-la, apenas de vontade, e de percepção.
   A Deusa é o princípio primordial do caos, da noite, que só é completa ao ter seu consorte consigo, o Deus. Mas nem Ele nem Ela são superiores um ao outro; são iguais, semelhantes, um necessita do outro para que haja equilíbrio. Ela representa nossos pensamentos, nossa lógica, nosso poder de amar e de controlar nossos desejos, mas também nos mostra que sob a luz do luar, todos somos iguais, semelhantes, filhos do universo e da vida. A Deusa tem três faces, as quais representam o começo, o meio e o final, o nascimento, a vida e a morte, os ciclos da natureza.
   Assim sendo, podemos cultuá-la em suas personificações como deidades específicas, ou podemos cultuá-la só, como o sagrado feminino, como a força primordial do universo, juntamente com o Deus. Ela não precisa ter nomes ou imagens, precisa ser amada e louvada como ela é, por suas bênçãos e por seu amor infinito.

Por: Alannyë Daeris.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Cernunnos

   Cernunnos, ou Herne, o Caçador, é o deus céltico da fertilidade, da natureza, protetor das matas e dos animais, representante do sagrado masculino e das forças de ordem na Wicca. Costuma ser representado com chifres de cervo, cabelos compridos e barba, nu ou coberto de folhas, ou ainda com roupas naturais, feitas a partir de peles de animais. É o líder da floresta, dos animais selvagens e da vida livre, também sendo relacionado à caça e aos bardos.
   Como tem uma ligação muito forte com o sagrado masculino, a vida selvagem e os instintos, Cernunnos pode vir a ser representado completamente nu, por vezes com ereções, e isto não deve ser visto como algo promíscuo, e sim uma representação da fertilidade e do poder masculino, que se manifesta através do desejo sexual, não apenas na coragem e na força.
 
   Sua representação com chifres pode ser interpretada por não-pagãos como culto ao diabo cristão, mas sabe-se que na Wicca e na bruxaria no geral, não existe esta crença em entidades cristãs, sejam elas boas ou más. Assim, essa ideia além de completamente infundada, tem raízes no preconceito e na difusão da tentativa de descreditar o culto aos deuses pagãos.

   Cernunnos representa o sol, a luz, a coragem e a força física, os instintos, os animais e plantas selvagens, as florestas, as necessidades intrínsecas de nossa natureza mais profunda. Os desejos sexuais, então, são muito ligados a este deus. É considerado que Cernunnos possui a face de Deus Cornífero, Senhor das Matas e Senhor das Sombras em si, sendo assim uma deidade tríplice e completa. Ele pode ter relação com a música e com o druidismo, sendo assim representado com flautas ou instrumentos musicais como os de druidas.
   Na face Senhor das Matas, Cernunnos é conhecido como Herne, o Caçador, e abençoa a caça desde que não seja desnecessária, assim como protege os animais e as plantas cultivadas pelo homem. Ele costuma manter os chifres, pois estes são símbolos de força, e de poder - o tamanho dos chifres costuma demonstrar autoridade no reino animal, seja entre touros ou cervos.

   Embora não muito cultuado nesta face, Cernunnos pode possuir características de Senhor das Sombras, como guardião dos portões para o submundo e a morte, ainda mantendo em si os ideais de renascimento - é preciso a morte para que haja vida.
   É relacionado também com as colheitas, sendo similar e comparado ao Deus do Mito da Roda do Ano, que ao partir ao submundo abençoa as plantações e os animais para que haja fartura mesmo em sua ausência. Quando o Deus morre no Samhain, toda a natureza morre com ele, demonstrando então que Cernunnos, quando relacionado ao Deus, possui muitas características em comum, podendo ser cultuado como a mais forte representação do sagrado masculino.
   O Deus na Wicca e na bruxaria pode ser muito assimilado com Cernunnos, por suas características e também pelo que Cernunnos representa. Assim, geralmente as imagens que tratam do Deus e da Deusa, costumam manter um Deus com chifres, nu e/ou adornado com folhas, por vezes com patas de cervo e cabelos longos, barba comprida e aparência mais selvagem.

Ilustração demonstrando sua conexão com a música, bem como com a natureza selvagem.

   As atribuições de Cernunnos geralmente são a prosperidade, fertilidade, poder, força, coragem, instintos, natureza, Sol, artes e música, druidismo ou xamanismo. Seu elemento mais forte é a Terra, por sua ligação com a natureza; mas pode ter algo de fogo, quando se fala em coragem, poder, instintos e poder sexual. Não existem plantas específicas relacionadas a Cernunnos, pois ele tem conexão com todas, embora ramos e folhas de carvalho possam ser utilizadas.
   Os animais geralmente relacionados são o cervo e raramente o lobo, mas tenha ciência de que todos os animais selvagens podem ser ligados a este Deus. Pedras de coloração verde ou marrom podem ser usadas para honrá-lo, bem como velas com estas cores. Outras oferendas que podem ser feitas a Cernunnos são ossos, elementos da natureza no geral (desde folhas e frutos variados até dentes e peles de animais), cidras ou vinho, carne. Pode ser cultuado durante toda a Roda do Ano, e em rituais ou magias que possuam ligação com suas atribuições citadas acima.

domingo, 16 de novembro de 2014

Banhos Mágicos: Banir e Purificar


   Está precisando banir alguma coisa da sua vida? Nada parece estar dando certo? Sente-se fraco e vê que está sendo influenciado por coisas externas, vícios, problemas?
   Então siga a sabedoria dos antigos e prepare alguns banhos mágicos para livrar-se destes problemas!

   Banho Simples para Banir


   Em água fervente, coloque três folhinhas de louro. Pode usar um saquinho de chá mesmo. Coloque então uma colher pequena de sal grosso, e deixe esfriar por alguns minutos, até que fique como um preparado para chá. Coe.
   Após o seu banho normal, jogue esta água morna do pescoço para baixo, ou coloque em sua banheira, misturando-a com a água. Ao banhar-se na mistura de louro com sal grosso, mentalize o que você quer banir: é uma pessoa, um problema, um vício, uma atitude sua? Tenha isso em mente e visualize este problema escorrendo de si e indo embora juntamente com a água.

Banho para Purificar


   Faça uma infusão em água fervente com três colheres ou alguns raminhos de alecrim, manjericão, arruda e louro. Deixe por alguns minutos na água borbulhante e coloque-o para esfriar um pouco. Tome seu banho higiênico, e depois despeje a água morna ou fria da infusão do pescoço para baixo. Visualize-se protegido e purificado, com as energias renovadas. Se precisar de um pouco mais de ação de mais energias, adicione um pouco de canela na infusão.
   Se desejar incrementar e fazer deste banho um verdadeiro ritual para purificar-se de todas as energias ruins, ou um preparatório para grandes rituais e celebrações, acenda um incenso de sândalo ou lavanda no ambiente, antecipando o banho.

A banir e purificar,
   Alannyë Daeris.

sábado, 15 de novembro de 2014

Ogham

Meu Ogham, feito com um galho caído.
   Ogham é um tipo de alfabeto, oráculo e também de talismã céltico. Assim como as runas, era usado tanto como divinação, como forma de escrita. Pode-se dizer que são equivalentes, então, nas culturas.
   Este tipo de oráculo era utilizado pelos druidas para todas estas finalidades. Os primeiros registros de marcações feitos em Ogham datam de aproximadamente 600 a.C., e ele então foi utilizado amplamente até a introdução e total adaptação do alfabeto latino nos povos célticos.
   A divinação com Ogham pode ser feita da mesma maneira que a com Runas Nórdicas.

Utilização do Ogham como escrita


   A forma de escrita é traçando uma linha horizontal ou vertical, e então fazendo as marcações de cada letra, que são conjuntos de traços retos ou diagonais. O início da palavra é marcado por uma seta que aponta para dentro da linha principal, bem como indica também o final da palavra. O espaçamento entre as letras é de escolha pessoal, geralmente dado para que se diferencie determinadas letras, ou letras repetidas.

Exemplo de utilização do Ogham por druidas na Irlanda. As inscrições estão fracas pela ação do tempo.

   Cada letra do Ogham simboliza uma árvore sagrada. Estas árvores eram utilizadas geralmente para fabricação de utensílios, e por isso, muito importantes para o povo céltico. Assim, cada árvore possui sua "característica", e seu equivalente no alfabeto lhe confere determinados poderes, por assim dizer.
   A forma como esta árvore se desenvolve, onde ela se desenvolve, de que maneiras pode-se utilizá-la - se os frutos são bons, se a madeira é boa para determinada manufatura -, que época do ano floresce, enfim. É desta maneira que podemos atribuir ao Ogham uma utilidade como oráculo, ao interpretarmos o que cada letra - ou, no caso, árvore - simboliza para a situação.
   Por exemplo, árvores que resistiam durante o inverno, possuem suas características no oráculo e pedem que a pessoa tenha força para resistir durante as dificuldades, que podem ser muito complexas, dependendo da situação.

   O Ogham é dividido em quatro grupos de letras, ou árvores: os Aicmes. Cada Aicme possui cinco Fedha, que é como são chamadas as letras do alfabeto/oráculo. No caso, estes são: Aicme Beithe, representando as Bétulas; Aicme Húatha, representando os Pilriteiros; Aicme Muine, representando as Vinhas; Aicme Ailme, representando os Abetos.
   Separadamente, existem ainda alguns caracteres que não fazem parte destes grupos, por terem sido adicionados ao Ogham muito tempo depois da criação do mesmo; este grupo de letras adicionais se chama Forfeda. Alguns druidas não consideram estes caracteres adicionais como parte do oráculo, sendo assim de escolha pessoal adicioná-los ou não.

Criando seu Ogham


   Como é um oráculo de raízes druídicas, e possui ligação direta com a natureza, é interessante que se fabrique o Ogham com galhos caídos de árvores. Não necessariamente precisa ser os galhos de eucalipto ou de carvalho, visto que não são árvores comumente vistas ou de fácil acesso. Qualquer galho que possa ser pego e utilizado para a inscrição das Fedhas - seja através de tinta, gravação com fogo, caneta permanente, ou apenas talhado na superfície - é ótimo para seu oráculo. 
   Além disso, pode-se utilizar também pedras, cristais, sementes, conchas, ou qualquer superfície que possa ser desenhada, pintada ou talhada. Apenas recomenda-se que sejam utilizados materiais de origem natural, provindos diretamente da natureza. A preferência, obviamente, é da madeira, sendo as árvores o símbolo e a representação do próprio Ogham.

Oráculo: Correspondências e Fedhas

Primeira Aicme: Aicme Bethe



   Bétula: relacionada a começos, nascimentos, inícios, sorte. É uma árvore que representa a boa sorte, que afasta más influências, e também representa a Deusa Mãe.
   Essa Fedha indica que devemos utilizar a energia favorável do presente para construirmos coisas novas, e também nos livrarmos de projetos estagnados. Indica auto-confiança e aprender com as mudanças, com suas perdas e ganhos.




    Sorveira: pede atenção e proteção contra encantamentos ou ataques de todo tipo. Também demonstra que a verdadeira força está em todos nós, e indica a necessidade de discernir o certo e o errado. Se há muitos problemas, tenha calma, pois tudo se desenrolará com o tempo. Evite ser influenciado, alerte para inveja ou magias contra você.
   Busque a introspecção e a atenção para sua voz interior na resolução de problemas. Mas no geral, também trata de riquezas e de controle das situações.



   Amieiro: esta Fedha recomenda determinação e força. Deve-se atentar para pessoas impassíveis em seus princípios e que podem estar atrasando as mudanças - e isto pode ser qualquer um, bem como pode ser bom ou ruim. Traz força divina, ou a indica a fala dela. O Amieiro mostra a reflexão sobre se devemos ou não mudar, e quais as consequências desta mudança.



   Salgueiro: relacionada à mulher, magia, intuição, imaginação, criatividade e também à noite. Pode denotar perigos invisíveis, segredos, decepção, ou também dificuldades que serão muito dolorosas a curto prazo, mas trarão benefícios no futuro.
   No geral, esta Fedha é bastante relativa. Deve-se analisar muito bem a situação, pois ela pode tanto representar a perda ou uma grande dificuldade, como também pode demonstrar uma situação benéfica. Deve-se ouvir a voz do interior e seguir sua intuição.



   Freixo: essa Fedha está ligada aos planos e com a conexão da matéria com o espírito. A situação atual está sendo influenciada por coisas que não podem ser percebidas agora, talvez sua percepção esteja nublada ou restrita. Suas atitudes reverberarão por outros planos, e isto pode influenciar em outras pessoas ou outras situações.
   O Freixo pede que analisemos melhor tudo o que estivemos fazendo e tudo o que faremos, pensemos bem sobre nossas atitudes, e olhemos com mais atenção as coisas que nos cercam.

Segunda Aicme: Aicme Huatha



   Pilriteiro: necessidade de purificação, proteção e atenção. Preste atenção às coisas que lhe atrasam ou lhe prejudicam, e tome atitudes para que isto acabe. O momento pode ser de frustração ou de decepção, então seja forte e aja, mesmo que isto possa ser prejudicial ou doloroso no momento. O Pilriteiro também pode indicar que você está com a auto-confiança muito baixa, e que precisa melhorar sua auto-estima.
   Pode estar associado à sexualidade, tanto no sentido virginal quanto na luxúria. No geral, espere, tenha força e não faça nada precipitado. Confie em si mesmo.



   Carvalho: é a árvore sagrada dos Druidas, e representa a sabedoria, o conhecimento, e o poder puro. Os mistérios serão revelados, e você terá facilidade em descobrir determinadas coisas que antes não poderia. Esta Fedha demonstra que as situações exigirão muito de você, mas que você terá o poder e a determinação necessários para ultrapassar as dificuldades. Pede que você tenha força e coragem, e lidere com sabedoria, mas principalmente, que você consiga lidar com os obstáculos com garra e determinação.



   Azevinho: representa vitória, equilíbrio, transformação, discernimento, justiça. Essa Fedha pode demonstrar que os obstáculos chegam ao seu fim, ou que as forças contraditórias acabarão caindo por terra. Ensina-nos que devemos ter sabedoria ao vencer, e utilizar de artifícios corretos para que tudo acabe corretamente. Se as dificuldades parecerem muito ruins, entenda que elas são proporcionais à sua força e ao seu poder de derrotá-las. Conheça-se, tenha noção do seu poder pessoal e da sua capacidade.



   Aveleira: representa criatividade, beleza, inspiração, talentos ligados à arte, música, e também favorece a divinação. É a sabedoria pura, e demonstra a capacidade de descobrir, construir e desenvolver coisas. Aposte no seu potencial para a motivação, em sua criatividade e inove, supere as inseguranças e mostre sua capacidade. Dedique-se à meditação e ao estudo, analise os desafios e tenha confiança nas suas capacidades que estão favorecidas neste momento.



   Macieira: representa Avalon, o renascimento, a beleza em todos os seus aspectos - no amor, na aparência, nas artes e na vida. Celebre a vida, aproveite o momento atual, medite a respeito das virtudes que você tem e das coisas boas que lhe rodeiam. Aproveite para se dedicar ao amor, seja ele no âmbito familiar, ou no romance propriamente dito. Esta Fedha demonstra que os relacionamentos estão favorecidos, bem como que o momento é para se revigorar. Além disso, note que ao fazer escolhas, algo será deixado para trás - compreenda suas ações e pense bem a respeito delas. Celebre o amor em todas as suas faces.


Terceira Aicme: Aicme Muine



   Videira: representa profecia, premonição, confiança, intuição. Tenha paciência e mantenha-se atento, pois as respostas para suas perguntas ou a solução para seus problemas podem vir de formas inusitadas. Indica também a desinibição, a liberdade, e os aspectos sexuais, mas sem abandonar a razão e o raciocínio lógico. Talvez você precise relaxar e se divertir um pouco, e deixar que as coisas aconteçam, e você saberá o que fazer na hora certa. Procure o equilíbrio entre a razão e a diversão.



   Hera: auto-conhecimento, força, determinação, mudanças. Pode representar a necessidade de introspecção e de entender a si mesmo, bem como pode demonstrar que desafios e mudanças estão a caminho. Esta Fedha pode indicar a falta de tenacidade e de coragem para enfrentar os obstáculos; tenha mais garra e lute por seus objetivos. Cuidado com as emoções, pois elas podem lhe confundir e lhe deixar em situações contraditórias.



   Junco: ordem, saúde, harmonia, ação, crescimento. O Junco demonstra que as coisas transcorrem bem, que mesmo o maior caos está sob controle, e que você deve continuar sendo flexível e conseguindo conciliar o desejo e a realização. Continue se adaptando e mudando de acordo com o que as dificuldades pedem, mantendo sua integridade e seus valores. Você será capaz de chegar aos locais que deseja, desde que continue desta maneira. As comunicações escritas estão favorecidas, permaneça da maneira que está, e tudo continuará indo bem em sua vida.



   Amexeira Brava: mudança inesperada, planos arruinados ou empacados, má sorte. As adversidades não estão sob seu controle, e você deve ter paciência e ser forte. Ainda assim, você pode resistir a estes obstáculos. Podem ocorrer brigas, separações, punições por atitudes do passado que reverberarão agora. Seja compreensivo e pense muito bem antes de agir, tendo cuidado e sendo diplomático para que nada de pior aconteça. Talvez você possa melhorar as situações se agir positivamente e não se entregar ao inevitável.



   Sabugueiro: novidades, reinício dos ciclos, mudança em todos os aspectos. Esta mudança pode vir de forma boa ou ruim, depende da situação na qual você se encontra. Pode significar também uma mudança no quadro de saúde, ou a necessidade de senso crítico para com a vida. Viagens, novas pessoas, novos empregos, muita coisa pode surgir, esteja pronto para estas mudanças e seja positivo. Cuidado com a estagnação, elimine as más influências e livre-se de uma vez do passado.

Quarto Aicme: Aicme Ailme



   Abeto: saúde, vigor, regeneração, transformações. Demonstra que a sabedoria estará em voga, e que as mudanças e transformações serão benéficas, se você souber agir corretamente. Enxergue mais longe, tenha ambição, abra seus olhos e consiga ver as coisas como elas realmente são. Pode trazer notícias boas e esperadas, bem como denotar a vitória sobre algum problema, principalmente se tratando de saúde. Tenha consciência de si e das situações que lhe acometem no momento, saiba o que fazer e deixe as hesitações de lado.



   Tojo: perseverança, meditação, fertilidade, paz. Perceba os sinais benéficos em sua vida, tenha foco, busque força e conhecimento dentro de si, busque sabedoria divina. Se necessário, tenha momentos de introspecção para continuar crescendo e continuar agindo de forma positiva ao lidar com pessoas que tentam lhe enfraquecer ou com situações muito complicadas. Fertilidade em todos os sentidos está favorecida; bom momento para iniciar projetos ou começar algo importante.



   Urze: amor em todas as suas formas, sorte, cura, germinação. Esforce-se por seus sonhos, perceba a intuição que está em alta, apaixone-se por pessoas, por músicas, por atividades, por livros, por tudo que lhe deixe feliz. A fertilidade está favorecida, bem como a cura através da mente - tenha pensamentos positivos, faça exercícios, cuide do seu corpo, e ame muito. 



   Choupo: ajuda vinda de lugares inesperados, determinação, força interior, saúde. Cuidado com o medo, pois ele atrapalhará na resolução de problemas, que podem nem mesmo ser tão difíceis assim. Tenha perseverança mesmo quando encarar os obstáculos que lhe pareçam mais difíceis, e mantenha a coragem. Busque a ajuda primeiramente dentro de si mesmo, e não a procure em outros locais, pois ela virá até você quando for o tempo. Não desista, persista, e a saúde está em alta - dê prioridade aos seus poderes de cura.



   Teixo: ancestrais, morte, transformação. Embora tenha seu significado intrínseco à morte, não quer dizer que signifique o fim; demonstra uma mudança de ciclo, então, não se sinta triste pelas perdas, pois elas virão para que as coisas recomecem. O Teixo pede que você seja resistente mesmo sob adversidades, e talvez o passado lhe seja benéfico, se você souber aproveitá-lo; ele também pode ser seu inimigo caso você tenha muitos problemas pendentes com o que houve antigamente em sua vida. Não se deixe levar pela tristeza, pois mesmo durante o inverno mais rigoroso, ainda existe vida germinando.


Aicme Adicional: Forfeda

   A divinação com estas Fedha é mais complicada, pois elas não faziam parte das originais. Ou seja, se você as utilizar em jogos, talvez possua maior dificuldade ao interpretá-las. Tentei, ainda assim, fazer um pequeno resumo sobre o que elas podem significar em um jogo, caso você queira tentar utilizá-las mesmo assim.


   Álamo Branco: agilidade, consciência, o ciclo da vida. Esta Fedha representa o conhecimento que há no passado, no presente e no futuro, e demonstra também a natureza dominando. Deixe seus instintos o levarem, sinta a vida ao seu redor, busque conhecimento e sabedoria mesmo nas coisas mais simples. Tenha ética e pregue a justiça, aja quando for necessário, mas sempre com sabedoria. Utilize da comunicação para atingir o equilíbrio.



   Arbusto: doçura, encanto, inteligência. Representa a fertilidade e o casamento, ainda que também possa demonstrar a inocência e a juventude. Demonstra a família e as raízes mais profundas, as obrigações que temos com as pessoas que amamos. É preciso disciplina para atingir o sucesso, então, mantenha-se na linha, sonhando com os pés no chão, para poder atingir seus objetivos sem que tropece no caminho. As responsabilidades se aproximam, então, mantenha sua inocência, mas seja firme quando a situação pedir.


   Madressilva: segredos, bem-estar, objetivos, prudência. Corra atrás dos seus sonhos, liberte seus desejos, mas cuidado com possíveis interferências. Deixe que sua felicidade e seus gostos imperem neste momento, coloque as ideias em prática, mas mantenha seus valores e sua ética firmes, para que nada lhe abale. Segredos podem ser revelados, e isto talvez seja bom ou ruim, dependendo da situação em que você se encontra.



   Pinheiro: conhecimento, passado. Entenda as situações que ocorreram há algum tempo atrás e veja se elas interferem no presente. No entanto, não fique mal por atitudes que talvez tenha tomado, faça a mudança que precisa agora, analise suas atitudes e faça as pazes com quem quer que esteja mal. Coloque as emoções de lado e veja a realidade como ela é, e então aja de acordo com o que a situação pede. Esta Fedha pede transformações, mas que elas sejam completamente feitas para seu benefício.



   Hamamélis: limpeza, purificação, novos ares. É hora de observar as atitudes que você toma para se livrar do que não precisa. Mude sua casa, tente novas experiências, pare de tomar atitudes que não lhe trazem bons resultados, livre-se de tudo que é inútil. Purifique-se de corpo e alma, comece projetos novos, permita-se ousar e renascer. Pode indicar viagem, e também é uma Fedha relacionada ao mar. Repense suas prioridades.

O Mito da Deusa Negra

   A Deusa, enquanto jovem, não compreendia os mistérios da morte. Não entendia os motivos pelos quais os seres deviam perecer, e para pedir à Morte que retornasse o Deus de volta aos seus braços, partiu em busca dos domínios da Morte, em buscas de respostas. Sendo assim, adentrou na nau em direção ao submundo, onde deparou-se com o primeiro dos portais.
   O guardião do portal a disse, então, que para adentrar no reino da morte, ela deveria estar como todo ser vivo que os atravessam. Avisou, também, que haviam preços a se pagar, pois ela não poderia entrar e sair livremente deste reino no qual não dominava, e nem mesmo trazer alguém de volta, independente de quem fosse.
   A Deusa aceitou o preço a se pagar por seu amado, e foi conduzida pelo guardião como um ser que busca o ingresso no reino dos mortos. 

   No primeiro portal, a Deusa deixou seu cetro, o símbolo de poder pessoal e também de domínio sobre as coisas que nos rodeiam. O cetro, utilizado por reis, é um símbolo de autoridade para consigo, mas também para com as coisas próximas de nós.
   No segundo portal, sua coroa. A coroa é o símbolo de poder e autoridade com tudo e todos, e ao renunciá-lo, a Deusa acabava por ser como todos os outros seres ali, não sendo superior nem inferior a ninguém - apenas igual.
   No terceiro portal, o colar é deixado para trás. O colar representa que nenhum tipo de riqueza ou joia tem importância quando estamos buscando o verdadeiro conhecimento.
   No quarto portal, o anel é dado. O anel, além de representar também as riquezas e o mundo material, representa os laços amorosos entre nossos semelhantes, bem como representa a inteligência que de nada serve no submundo.
   No quinto portal, a Deusa despede-se de sua guirlanda. Despir-se da guirlanda que criamos é como deixar nossas máscaras caírem, mostrarmo-nos como realmente somos, todas as nossas imperfeições e defeitos livres e puros.
   No sexto portal, as sandálias são descalças. Este ato representa todos os pensamentos e filosofias que adquirimos durante nossa jornada, deixar tudo o que cremos e pensamos para trás em busca de novos pensamentos e novas crenças.
   Por último, no sétimo portal, o vestido da Deusa é deixado cair por terra. O vestido demonstra todas as coberturas e máscaras que nos vestimos, tudo o que encobre nosso espírito e nos impede de sentirmos os Deuses e perceber os mistérios.

   A Deusa, então, completamente nua, atravessa o último portal, chegando finalmente ao reino onde a Morte reina. No entanto, a beleza que a Deusa emanava era tão estonteante que a própria Morte ajoelhou-se aos seus pés. A Morte colocou sua espada e sua coroa aos pés da Deusa - um ato que representa a submissão e a entrega, demonstrando que sua espada servirá para ceifar as vidas que apenas a Deusa desejar; e a coroa, assim como o ato que a Deusa fez durante o segundo portal, demonstra a renúncia da autoridade e do poder.
   Ajoelhada aos pés da Deusa, a Morte disse-lhe: "Abençoados são seus pés, que trouxeram-na por esta senda até mim.". A Morte, então, levantou-se, dizendo: "Fique comigo, eu lhe imploro, e deixe que seu coração seja tocado apenas por mim.".

   A Deusa negou-lhe os pedidos, dizendo: "Eu não lhe amo! Por que fazes tudo o que amo fenecer e morrer? Busco ter meu amado em meus braços novamente, para que eu possa então estar completa mais uma vez.". A Morte, então, explicou-lhe: "Minha Senhora, eu sou o tempo e o destino. Eu não escolho quem perece ou quem vive, mas dou-lhes abrigo, paz e força para que retornem à vida. Eles podem, então, abrigar-se no seu brilho, e assim retornar renovados para a vida. Mas eu lhe imploro, pois tu és adorável e vívida, te peço para que não retornes, e sim para que vivas aqui, junto de mim.".
   "Não, pois eu não te amo.", respondeu-lhe a Deusa. A Morte, impassível, responde-lhe, mudando de posição. "Então, se negas meus pedidos e desejos, terás de aceitar meu açoite, uma vez que estás em meus domínios, e não tens poder algum aqui.".
   A Deusa acatou a ordem, proclamando que, se precisaria ser assim, então que seria assim, pois faria tudo que fosse necessário a fim de retornar seu amado, o Deus, para a vida. Ajoelhou-se perante as mãos da Morte, que a açoitou, ao que a Deusa exclamou: "Eu reconheço agora tua dor, que vem a ser a mesma proveniente do amor.". A Morte a levantou, dizendo: "És abençoada, minha Dama, minha Rainha.", e deu-lhe os cinco beijos da iniciação, dizendo: "Somente assim podes ambicionar a sabedoria e o prazer.".

   A Morte, durante o tempo que a Deusa permaneceu em seu reino, ensinou-a todos os seus mistérios, contemplando-a com o círculo do renascimento. E a Deusa ensinou à morte seus mistérios, o cálice sagrado e o caldeirão da transmutação.
   Elas se uniram em uma durante o período que a Deusa permaneceu no submundo. Ao final deste tempo de aprendizagem em que esteve no submundo, a Deusa retornou grávida de seu amado, pois já compreendia os mistérios da vida e da morte, e agora tinha em si o poder de viver e morrer pelo amor de seu amado, assim como ele poderia sempre retornar aos seus braços, em busca do amor que ambos encontrariam somente um no outro.
   Assim, a Deusa Negra, a face mais obscura da Deusa, é a que existiu no submundo, se mantendo conhecedora apenas dos mistérios da morte e do tempo, e por isto, nos auxilia com os mistérios de nosso ser, nossos segredos e medos obscuros. Ela foi torturada e sofreu para que entendesse as verdades, e por isto, é repleta de mistérios, mas nem por isto é uma Deusa má.

   Assim, existem apenas três mistérios na vida: o sexo, o nascimento e a morte, e o amor domina todos estes mistérios. Para conhecermos o amor, precisamos encontrá-lo, reconhecê-lo, lembrá-lo e amá-lo verdadeiramente, como a Deusa entregou-se à Morte, para poder sempre ter seu amado em seus braços novamente. E ao aproximarmo-nos da morte, precisamos renunciar tudo, menos o Amor, pois é ele quem nos retornará à vida, no útero da Deusa.

As Bênçãos da Deusa

I
Eu sou a Deusa dos mil nomes,
Do poder infinito e dos múltiplos dons,
Manifestados na diversidade das minhas faces,
Honradas e veneradas ao longo dos milênios.

II
Eu sou Gaia, a Mãe Terra da antiga Grécia,
Coloquei a ordem na vastidão do caos,
Criando o universo no ritmo da minha pulsação.

III
Eu sou Ísis, a Deusa egípcia,
Ofereço a cura e a transformação,
Para quem as procura,
Pois, tenho o poder de plasmar um novo mundo.

IV
Eu sou Cerridwen dos Celtas,
No meu Caldeirão mágico guardo o alimento da alma,
A fonte inesgotável de sabedoria e inspiração,
Quanto mais eu dou, mais eu recebo.

V
Eu sou Atena da Grécia,
conhecida por minha sabedoria
Como meu totem - a Coruja

VI
Ouço e vejo tudo o que se passa ao meu redor
Sou forte como o Carvalho,
Ou pacificadora como a Oliveira.

                                                                            VII
Eu sou Diana, a Deusa Lunar Romana,
Protetora das mulheres e das crianças,
Guardiã das florestas e dos animais,
Acerto as flechas no alvo dos meus desejos.

VIII
Eu sou Bastet, a Deusa Gato do Egito,
Graciosa, sinuosa, brincalhona e afetuosa,
Irradio o calor e a luz do glorioso Sol.

IX
Eu sou Freya, a bem amada Deusa Nórdica,
Sobrevoando o mundo, canto alegremente,
Celebrando os laços entre amigos e amantes.

X
Eu sou Hécate, a Tríplice Deusa grega,
Guardiã da noite e das encruzilhadas,
escolho o caminho que eu quero trilhar,
permeando a razão com o brilho da intuição.

XI
Eu sou Ereshkigal da Assíria e Babilônia,
A Rainha do mundo subterrâneo,
Para crescer, desfaço-me da velha pele,
Sou detentora do profundo poder da renovação.

XII
Eu sou Kwan Yin, a Deusa chinesa da compaixão,
Ouço e consolo as dores do mundo,
Protegendo as mães e seus filhos,
Ensinando a magia da mutação.

XIII
Eu sou Maat do Egito,
Verdade, justiça e lei são regras do meu universo,
Estabeleço a harmonia com meu poder divino.

XIV
Eu sou Rhiannon, a Deusa galesa equina,
Viajo livre, serena e segura no mundo,
Com minha voz melodiosa,
Acordo os mortos e adormeço os vivos.

XV
Eu sou Sedna dos esquimós,
Conheça-me e honre-me através dos animais,
Ursos, baleias, focas e peixes,
Todas as criaturas da terra e do mar,
São parte de mim e têm o direito de viver.

XVI
Abençoadas sejam todas as Deusas!
Assim Seja!

Autoria Desconhecida.

Mito da Criação: Mitologia Nórdica

   No início de tudo, havia o nada. Este nada era conhecido como Ginungagap. Além do grande vazio, haviam dois mundos: Niflheim, o mundo das névoas, e Musphelheim, o mundo do fogo. No Ginungagap, o nada, o fogo e a névoa, depois de muitas e muitas eras, passaram a se encontrar lentamente e acabaram criando um bloco de gelo de proporções colossais.
   Como o fogo era mais mais forte e eterno, este bloco de gelo acabou por se derreter. Ao derreter, o gelo revelou então um dos gigantes primordiais, conhecido como Ymir. Ymir dormiu por inúmeras eras, e o calor que subia de Musphelheim o fazia suar.
   O suor debaixo de seus braços criou o primeiro casal de gigantes, e o suor entre suas pernas criou o terceiro da mesma espécie, chamados Thrudgelmir, os três primeiros gigantes. O gelo também deu origem a uma vaca, Audumbla, e seu leite alimentava Ymir através de quatro grandes rios. A vaca se alimentava lambendo o gelo, e isto libertou o primeiro deus, Buro, pai de Borr.

  Ymir, um ser totalmente instintivo, travava batalhas com seus filhos, demonstrando ódio de todos. Assim, Borr casou-se com uma giganta de nome Bestla, que deu a luz a Odin, Vili e Ve. Liderando seus irmãos, Odin disse-lhes para que derrotassem o gigante Ymir. E assim foi feito, com ajuda de Borr.
   A maior parte dos gigantes que existiam acabaram morrendo afogados no sangue do gigante primordial, restando apenas dois, Bergelmir e sua consorte, que fugiram em um barco em direção a Jotunheim. Jotunheim, então, foi povoada por gigantes, tornando-se sua terra natal, marcando assim o ódio mútuo entre gigantes e deuses.
   Odin e seus irmãos utilizaram, então, os restos mortais do gigante Ymir para criar Midgard. A terra foi feita da carne de Ymir; os ossos e dentes do gigante criaram as pedras e as montanhas que prevalecem na Terra Média. O sangue que restara do gigante deu origem ao grande rio que cerca o universo.
   Mantiveram a caveira de Ymir no céu, dividindo-a em pequenos pedaços, de onde surgiu o Sol, a Lua e todas as estrelas e planetas do universo. O cérebro de Ymir deu origem às nuvens que permeiam o firmamento de Midgard.

   Ao caminharem pela terra recém criada e que ainda descansava, Odin e seus irmãos perceberam que havia um ninho de vermes formado ali. Sentiram pena das pequenas criaturas, chamadas de anões, e realocaram então estes anões para Svartalfheim, nos locais mais submundos de Yggdrasil. Outras criaturas mais nobres, chamadas de elfos, foram colocadas no mundo conhecido como Alfheim, onde havia luz.
   Durante uma de suas caminhadas por Midgard, Odin, ao observar dois troncos que se encontravam com o oceano, teve a ideia de criar uma raça para povoar a Terra Média. O homem foi chamado de Freixo, e a mulher, de Olmo.
   Odin lhes deu vida e proteção, Vili lhes deu inteligência e emoções, e Ve lhes deu a audição, visão, tato e olfato. Estes humanos povoaram Midgard, e os deuses então perceberam que também precisavam de uma morada para si. Assim, decidiram que criariam Asgard, e esta seria a morada divina, liderada por Odin.
   Asgard ficava longe dos olhos humanos, e um grande rio que era infinito e não se congelava - chamado de Iffing - separava o mundo dos deuses de todos os outros. Odin, no entanto, não queria que os deuses ficassem isolados de toda a criação, e para isto, criou a ponte Bifrost, o arco-íris feito de água, fogo e mar.
   Heimdall seria o encarregado de vigiar e proteger a ponte arco-íris, para que nenhuma raça adentrasse Asgard sem prévio aviso. Com seu trompete, Heimdall avisava quando os deuses cruzavam a ponte Bifrost.
   Em Asgard, haviam vários palácios, cada qual habitado por um deus. O maior e mais importante era o de Odin, conhecido como Gladsheim, onde seu trono mágico foi posto.
   Neste trono, chamado de Hlidskialf, os deuses podiam observar tudo que ocorria em todos os nove mundos, e Odin era agraciado também pela informação de seus dois corvos, Hugin (o pensamento) e Munin (a memória), que percorriam todos os cantos de cada mundo para contar-lhe o que haviam visto durante o dia, mesmo nas profundezas mais remotas dos reinos mais longínquos.

   Abaixo de Midgard, havia Niflheim, o reino dos mortos, onde Hel - filha de Loki -, reinava sobre todos eles. O palácio de Hel em Helheim, no interior de Niflheim, chamava-se Elvinder, a mesa era feita de fome, a faca com a qual cortava os alimentos era feita de inanição, seu criado era o atraso, sua criada era a vagareza, a porta que fechava seu palácio era o precipício. Sua cama era composta de preocupação, e as paredes de seu palácio eram feitos de sofrimento.
   Entretanto, Hel possui metade de seu corpo de uma bela mulher, e a outra metade, de um corpo em decomposição - e isto demonstra que ela não é má, apenas justa, assim como a morte. Com Hel, mora uma serpente de nome Nidhogg - que alimenta-se ao roer as raízes da árvore Yggdrasil -, a qual vive em batalha de injúrias com uma águia que sobrevoa os pontos mais altos da árvore que interliga todos os mundos, a Yggdrasil. Um pequeno esquilo, de nome Ratatosk, corre desde a copa até as raízes da Yggdrasil, levando os insultos de águia para a serpente, que vivem infinitamente em sua batalha.

   Yggdrasil é a árvore da vida, que atravessa todos os mundos, ligando-os, mas também os separando, de certa forma. Na base da árvore da vida, existem as três nornes, que não são deusas, mas algo superior - e até mesmo os deuses precisam se curvar a elas. As nornes vigiam e protegem a Yggdrasil, fazendo chover hidromel sobre suas raízes para irrigá-las. As nornes são: Urd, o passado, representado por uma senhora muito velha, que vive olhando para trás; Verdandi, o presente, uma jovem que observa atentamente as situações ao seu redor; e Skuld, que vive com um capuz em sua cabeça, e possui um pergaminho em seu colo, que contém os segredos do futuro. Enquanto a Yggdrasil estiver forte e vívida, os mundos estarão também sempre firmes em si. Os ramos da Yggdrasil atravessam o universo, e a partir deles, pode-se conhecer todos os nove mundos:

Niflheim, o mundo do gelo.
Helheim, juntamente com Niflheim, o mundo dos mortos.
Musphelheim, o mundo dos gigantes de fogo.
Alfheim, o mundo dos elfos luminosos.
Svartalfheim, o mundo dos anões e elfos escuros.
Midgard, o mundo dos humanos e dos trolls.
Jotunheim, o mundo dos gigantes de gelo.
Asgard, o mundo dos deuses.
Vanaheim, o mundo dos deuses Vanir e também de alguns elfos.

Por: Alannyë Daeris.