quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

Os Cinco Princípios do Reiki - Gokai

   Mikao Usui é mais lembrado pela criação do sistema de cura Reiki, mas para além da técnica, uma de suas maiores contribuições para a humanidade é a filosofia dos Cinco Princípios, ou Gokai - valores e atitudes que podem ser praticadas e usufruídas por qualquer pessoa para uma vida mais satisfatória, não somente praticantes sintonizados de Reiki.
   A prática do Gokai é o núcleo vital do sistema Usui, essencial para garantir qualidade de vida e harmonia cotidiana. O Gokai visa elevar a consciência de quem se dedica a ele diariamente, tornando a meditação, a oração e a gratidão sempre presentes na vida do indivíduo. Entretanto, é fundamental refletir a respeito dos princípios durante a prática, não apenas repeti-los de forma mecânica e desatenta. Contemplar a aplicação no cotidiano, relacionar com momentos vividos, trazer para a realidade esses valiosos conselhos para que norteiem a vida.
   Segundo os ensinamentos do Mestre Usui:

"A arte secreta para atingir a felicidade (Shofuku no hiho)
A cura natural para todas as doenças (Manbyo no rei yaku)
Só por hoje (Kyo dake wa)
Não se zangue, (Ikaru na)
Não se preocupe, (Shinpai suna)
Seja grato, (Kansha shite)
Trabalhe com dedicação, (Gyo o hage ne)
Seja gentil com as pessoas. (Hito ni shinsetsu ni)

De manhã e à noite, sente-se com as mãos em oração (posição Gassho),
Tenha isso em mente e diga-o em voz alta.
Para a melhoria da mente e do corpo."

   Na modernidade, muitos praticantes de Reiki Tradicional Usui traduzem e simplificam o Gokai da seguinte maneira, mantendo a essência principal dos ensinamentos do Mestre:

"Só por hoje, sou calmo,
Não me preocupo, sou grato,
Trabalho honestamente,
Sou gentil com todos os seres."

   Cada elemento contido nos princípios possui um sentido filosófico profundo e prático, para uma boa qualidade de vida. Vamos entrar em detalhes sobre cada um deles!

0. Só por hoje - Kyo dake wa
A introdução para os cinco princípios do Reiki é uma invocação para trazer nossa atenção e foco ao presente. Antes de colocar qualquer coisa em prática em nossas vidas, devemos estar cientes de que a vida é vivida dia após dia, e cada momento importa. O único tempo em que podemos agir é o presente, e não podemos garantir o amanhã - mas podemos dar nosso melhor e estarmos presentes no agora. Quem vive remoendo o passado ou se preocupando com o futuro não consegue ter uma vida plena e feliz. Essa frase também nos lembra que é impossível ser uma pessoa calma, livre de preocupações e gentil o tempo inteiro, mas que é importante retomar a consciência sobre nossas atitudes sempre que possível, e se comprometer com os princípios um dia de cada vez. Hoje você não conseguiu, e se irritou? Tudo bem! Medite sobre o Gokai e se responsabilize a se manter calmo pelo decorrer do dia. Não deixe para amanhã, que é incerto e pode não ser como o esperado.

1. Não me zango - Ikaru na
Em japonês, o kanji para a palavra raiva é formado pelas palavras "escravo" e "coração", significando que é um sentimento que escraviza nossos sentimentos e nos torna incapazes de dominar nossas emoções, agindo de acordo com impulsos irracionais e impetuosos. A raiva machuca quem a sente, e faz com que o indivíduo machuque as pessoas próximas, que muitas vezes não tem culpa do ocorrido. Repetir esse princípio é uma forma de reforçar para sua mente que ela deve resistir aos acessos de fúria, e que esse sentimento descontrolado só prejudicará seu crescimento e suas relações, resultando em atitudes injustas, nocivas e egoístas. A raiva é nosso poder de conquista deturpado, sem um direcionamento adequado para uma finalidade construtiva, e se zangar pelas coisas que acontecem é um indício de imaturidade e falta de autocontrole.

2. Não me preocupo - Shinpai suna
Esse princípio é similar ao anterior, e devemos proceder de forma similar quanto às preocupações: retomar o domínio sobre nossa mente, e averiguar qual é o medo que se esconde por trás dessa preocupação. Abrir espaço para a ansiedade é um caminho sem volta, que nos prende em uma vida de incerteza. Se algo lhe preocupa, faça o que estiver ao seu alcance para tentar resolver; se não houver o que fazer a respeito, então se preocupar é uma perda de tempo, e ainda terá uma impacto negativo em você.

3. Sou grato - Kansha shite
Todas as situações que a vida nos apresenta vem para nossa evolução e aprendizado. É importante ser grato pelo que temos, pelas pessoas que estão em nossa vida, e pela nossa capacidade pessoal de lidar com as circunstâncias que nos cercam. Se temos um teto, alimento, saúde, afeto e educação, já há muito pelo que agradecer! Através de um posicionamento de gratidão, desenvolvemos a apreciação, aceitação e harmonia - pois deixamos de reclamar, se frustrar com posses ou anseios materiais, ou agir de maneira egoísta.

4. Trabalho com dedicação - Gyo o hage me
Também traduzido como "trabalhe honestamente" ou "cumpra seus deveres", esse princípio se refere a diversos aspectos relativos à responsabilidade e ao comprometimento pessoal. Esse princípio aborda a questão de empenho e dedicação na profissão que se escolhe, tendo uma fonte de sustento que seja digna, respeitosa e, principalmente, feita com esmero. Ou, sobre a boa disposição quanto às suas tarefas (não apenas profissionais!), desempenhar bem as responsabilidades do cotidiano, sem deixar que a preguiça, a procrastinação ou a desatenção impeçam você de comparecer em suas atividades. Desde o asseio do corpo, até o cuidado com a casa, dedique-se por inteiro ao que precisa fazer, esteja presente no momento - como incita a introdução para os princípios, "Só por hoje".

5. Sou gentil com todos os seres - Hito ni shinsetsu ni
A gentileza gera um ambiente saudável e harmônico, e deve ser aliada à compaixão, a bondade, e a compreensão para que possa se manifestar com plenitude. Perceba como esse é o último princípio, e depende de todos os outros - estar calmo, despreocupado, grato e comprometido, para que se possa ser genuinamente gentil quanto aos próximos. E consigo mesmo também, afinal, é imprescindível estender para si o carinho e o cuidado que oferecemos para aqueles que amamos, para que possamos estar em plenas capacidades mentais, emocionais e físicas de agir com gentileza com o universo ao nosso redor.

A praticar os princípios,
   Alannyë Daeris.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

Resenha: A Magia no Mundo Greco-Romano, de Henri Hubert

   Sinopse: O sétimo volume da coleção Biblioteca Durkheimiana traz o estudo monográfico de Henri Hubert sobre a magia na Antiguidade clássica, em edição bilíngue francês/português acompanhada de estudos de especialistas e anexos que ampliam o alcance da obra. A Magia no Mundo Greco-romano foi publicado originalmente como verbete de um dicionário em 1902, e nele Hubert procura entender o que é a magia e como se manifestou na Antiguidade clássica, a partir de ampla documentação e da análise de fontes não textuais, como as representações picturais, os amuletos e as esculturas as mais variadas. O verbete tornou-se referência obrigatória sobre o tema no âmbito francófono logo após sua publicação, observa o organizador e tradutor da obra Rafael Faraco Benthien. A obra compõe um retrato preciso acerca de tudo o que se sabia sobre a documentação mágica antiga no início do século XX.

Ficha Técnica


   Autor: Henri Hubert
   Ano: 2021 (publicado originalmente em 1902)
   Editora: EdUSP
   Páginas: 280
   
   Essa obra, que originalmente se destinava a compor o verbete de "Magia" em um dicionário sobre o mundo Greco-Romano, é um verdadeiro compilado de referências históricas, e conta com uma extensa bibliografia consultada, o que denota o amplo conhecimento do autor acerca do tema - muitas dessas referências remontam ao período da Antiguidade ou mais tardio, e raramente dispõem de uma tradução para o inglês (grande parte dos títulos citados nas notas de rodapé estão em latim, alemão ou francês).
   A linguagem pode se mostrar densa e cansativa em certos momentos, e a quantidade massiva de notas com as fontes bibliográficas torna a leitura um processo significativamente mais complexo caso você queira conferir quais são as obras referidas, ou se há algum raro comentário. Essa é uma versão bilíngue, com as páginas à esquerda no idioma francês, e as páginas à direita traduzidas para o português, mas meu progresso ainda assim foi vagaroso e desafiador.
   Há muitas informações interessantes, e o respaldo arqueológico e histórico de Henri Hubert - apesar de tornar a leitura laboriosa - confere convicção e factualidade ao texto, deixando pouco espaço para dúvidas quanto à veracidade do que está sendo tratado. É um tratado descritivo sobre a magia com fundamentos sólidos, que mesmo dispondo de poucas páginas considerando a extensão do tema, consegue explicar suas diversas nuances, a relação com a religião, e o que a caracteriza.
   A percepção do autor sobre alguns aspectos da magia e religiosidade pode ser percebida em determinadas passagens, e reflete o contexto histórico e o pensamento mais conservador da época em que estava inserido - uma compreensão acerca disso deve impedir pequenas frustrações ou incômodos em leitores que, assim como eu, tenham uma relação pessoal com os temas abordados. Mas num geral, o extenso embasamento bibliográfico deixa pouco espaço para opiniões pessoais ou visões tendenciosas, sendo um verbete verídico e bem elaborado, ainda que relativamente arcaico, a respeito da magia no mundo Greco-Romano.

A adicionar pilhas de referências às futuras leituras,
   Alannyë Daeris.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

Método Oracular - Jogo da Chave Mestra

   A leitura que trago hoje foi parcialmente inspirada em outra tirada que aprendi há um tempo e não me recordo a autoria. Mantive a estrutura e algumas posições, mas outras alterei por completo. Ela funciona como uma leitura geral, adequada para obter orientações práticas para a vida e previsões. O nome foi dado pois é uma leitura perfeita para abrir um atendimento e revelar os pontos principais da vida do consulente, sem que seja necessário dialogar muito antes.
   Esse método é ideal para ser usado com a Vera Sibilla, mas também apresenta ótimos resultados com o Petit Lenormand e o Tarot. Outros oráculos também podem ser usados, mas num geral cartas temáticas ou muito simbólicas não respondem tão bem a essa estrutura específica.
   Para aplicar a leitura, basta dispor todas as cartas em uma fileira de 7x3, no sentido de cima para baixo, como representado na imagem que ilustra o post. Devido à quantidade de lâminas utilizadas, diversas técnicas de leitura (em especial as da Mesa Real do Petit Lenormand) podem ser utilizadas nesse jogo, após uma maior familiaridade do oraculista com ele.

O Método


1, 2 e 3 - Indivíduo. A personalidade do consulente, sua atual situação mental e emocional, e informações que o definem no momento.

4, 5 e 6 - Cotidiano. A vida doméstica e no lar, rotina, preocupações do dia a dia.

7, 8 e 9 - Anseios. As ambições, planos, vontades, sonhos e intenções de futuro.

10, 11 e 12 - Amor. Como está a relação amorosa, o amor na vida do consulente.

13, 14 e 15 - Profissional. Como estão o trabalho e as finanças.

16, 17  e 18 - Futuro imediato. Acontecimentos próximos, para até duas semanas.

19, 20 e 21 - Futuro distante. Influências a longo prazo, para mais de 30 dias.

A destrancar mistérios,
   Alannyë Daeris.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

Como Iniciar no Kemetismo

  As perguntas que mais recebo nas mídias giram em torno do Kemetismo e o culto aos Deuses Egípcios: "Como começar? Por onde estudar e aprender mais? Tenho medo de ofender ou não ser 'aceito' pelos Deuses, como saber se estou no caminho certo?" Muitos se interessam pela religiosidade egípcia, mas poucos encontram direcionamento suficiente para dar os primeiros passos.
   Todas essas dúvidas já foram minhas, e entendo a enorme frustração quando não encontramos as respostas em lugar algum - ou quando não sabemos se há coerência naquilo que falam por aí. E espero não amolecer as esperanças de ninguém, mas a verdade é que não existe uma única fonte confiável que responda todas essas dúvidas. Quando elas existem, raramente estão disponíveis em português, e mesmo em fontes estrangeiras, requerem paciência, persistência e foco até que se tornem conhecimentos práticos.
   Portanto, esse texto visa introduzir os conceitos básicos de um culto Kemético, para quem não tem noção alguma, mas deseja muito se aproximar dos Deuses Egípcios, e começar a estruturar seu culto pessoal. Sob a minha perspectiva particular, existem três pilares que sustentam o Kemetismo, e são eles:

1. Conhecer
• Mitos e lendas egípcias, para compreender quem são os Netjeru e como se manifestam.
• Epítetos, sincretismos, associações entre Divindades.
• Conceitos chaves da espiritualidade kemética, como Ma'at, isfet, henu, execração, Heka, Akh, Duat, Netjer.
• Cultura, história e política egípcia. Sem entendimento do povo e de como se comportavam, não há um entendimento real da religião.
• Linguagem egípcia, termos frequentemente utilizados e expressões, hieróglifos.
• Calendário egípcio e as festividades celebradas.
• Ortodoxia Kemética (originalmente Kemetic Ortodoxy), uma instituição religiosa estrangeira que visa resgatar o culto aos Netjeru de forma tão tradicional quanto possível na modernidade. Ótimo ponto de partida para qualquer pessoa interessada no Kemetismo.

   Você não precisa ser um expert em Egito para começar a cultuar os Netjeru, mas se não souber absolutamente nada sobre eles, fica difícil construir uma relação, não é? Portanto, o estudo é o primeiro passo, mas precisa andar lado a lado com as práticas de devoção. Pesquise, faça anotações e crie o hábito de registrar aquilo que descobre sobre o Kemetismo e o Egito, para ter acesso fácil sempre que for necessário consultar uma informação.
   As fontes que recomendo são artigos e livros acadêmicos sobre Egiptologia, Arqueologia e História, ou cursos/workshops ministrados por professores das áreas citadas. Use ferramentas como o Google Scholar e o SciHub para ter acesso a esses conteúdos, e paciência para fazer avanços por meio da pesquisa. O domínio da língua inglesa é essencial, pois a grande maioria das informações não estão disponíveis em português.
   Alguns egiptólogos são referência em publicações sobre o Kemet, e dentre eles podemos citar Wallis E. A. Budge, Geraldine Pinch, Raymond O. Faulkner e Richard H. Wilkinson. Não recomendo leituras que não tenham embasamento histórico e arqueológico, num geral. Mas mesmo quando tratamos de egiptólogos, devemos manter uma análise crítica em relação às informações apresentadas, pois há muitas obras obsoletas (como é o caso de livros mais antigos do Budge), mas que ainda servem como um ponto de partida para a compreensão do tema.

2. Interagir
• Orações.
• Meditações.
• Diálogos cotidianos com os Deuses.
• Conversar com outros keméticos para trocar experiências, dicas e recomendações.

   Tão importante quanto conhecer quem são os Netjeru, é buscar uma conexão com eles, de forma espontânea e sincera. Qualquer atividade serve para lhe aproximar dos Deuses, desde que feita com intenção e foco. As orações, meditações e afins podem ser elaboradas por você, ou adaptadas a partir de outras já existentes, encontradas na internet e em livros. O Kemetismo não é uma religião sólida e distante, mas um caminho vivo, que pode e deve ser incluído no seu dia a dia, pois os Deuses estão em tudo, sempre.
   Dessa forma, ter o hábito de interagir com Eles é essencial, mesmo que seja através de práticas simples e cotidianas, como ofertar um café pela manhã enquanto faz uma oração. Diariamente, se possível, tente realizar atividades em honra e/ou na presença dos Deuses que você sente afinidade, convidando-os em mente e espírito para que se façam presentes. Você pode conversar sempre que desejar com Eles, abra seu coração sem medo de julgamentos ou de rejeição. Com o tempo, conseguirá perceber os sinais e as respostas para suas conversas (que raramente são audíveis e explícitas como gostaríamos!).

3. Louvar
• Estabelecer um altar.
• Oferendas.
• Rituais.
• Celebração de festivais e datas comemorativas.

   Ainda que a interação possa se bastar no segundo pilar para uma parcela dos devotos, o culto devocional como era praticado pelos egípcios exige alguns passos a mais para sua realização - sendo elas a criação de um altar pessoal ou espaço sagrado para as oferendas e práticas, e ocasionais celebrações de festivais ou rituais mágicos.
   O estabelecimento de um altar é simples e não esconde muitos mistérios, podendo ser dentro de um armário, sobre uma cômoda, numa mesinha de canto, ou em um criado mudo. O importante é que seja em um local tranquilo onde você possa se sentir a vontade para seus momentos de conexão. Oferendas podem ser tão singelas quanto um copo de água gelada, pão ou alguns biscoitos, uma dança intuitiva, uma poesia ou desenho.
   Não há necessidade de celebrar todos os festivais e aniversários dos Deuses, mas é interessante observá-los sempre que possível, para reforçar seus laços e conexão. Assim como as oferendas, as celebrações não precisam ser complexas e elaboradas, basta que sejam feitas com sinceridade. Rituais são opcionais, e devem ser conduzidos apenas quando já houver certa familiaridade com o culto kemético e os Netjeru, portanto não os recomendo para quem ainda estiver "engatinhando".

   Para complementar as instruções, traduzo uma inscrição no Templo de Heru em Edfu (e encontrada no livro Eternal Egypt de Richard J. Reidy), que orienta os devotos dos Netjeru a serviço no templo:

"Ó profetas, sacerdotes wab sêniores, chefes dos mistérios, purificadores do Deus, todos que entram nos Deuses... Não iniciem erroneamente; não entrem quando impuros; não pronunciem falsidades em sua casa; não cobicem a propriedade (do seu templo); não contem mentiras; não recebam subornos; não discriminem entre um homem pobre e um rico; não adicionem ao peso (da balança) ou à corda de medidas, mas reduzam-nos; não adulterem o medidor de milho; não prejudiquem os requerimentos do Olho de Ra; não revelem o que viram em todos os mistérios dos templos... Cuidado, ademais, para não abrigarem um desejo ingrato no coração, pois vivem na abundância dos Deuses."

A conduzir pelo Caminho,
   Alannyë Daeris.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

Oração a Khnum

Seja louvado, Khnum!
Oleiro de perfeitas mãos
Outorgador de habilidades
Patrono do construtor e minerador
Seu é o trabalho hábil do artesão
Sua é a obra que busca perfeição
Seu é o esforço do trabalhador
Perfeito é Khnum, o Provedor!
Aquele que moldou o homem
E os definiu um por um
Senhor do Nilo fértil
Dos argilosos bancos dos rios
Magnífico doador da vida
Louvo sua gloriosa manifestação
Louvo sua cíclica inundação
Ouça meu louvor em oração!

A agradecer por meu Khat e Ka,
   Alannyë Daeris.