segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Freyja

   Freyja, Freya ou Mardoll é uma das principais deusas dos Vanir. Originalmente fazendo parte deste panteão, após a guerra entre os Vanir - deuses mais ligados à natureza, fertilidade - e os Aesir - deuses da guerra -, foi juntamente com seu irmão Freyr e Niord para morar junto dos Aesir em Asgard. Também era conhecida como Vanadis.
   Freyja é uma deusa da fertilidade, do amor, do sexo e da sensualidade, mas também da guerra, da magia, do ouro, da morte, da beleza, da música e das poesias. É uma deusa fortemente ligada à sabedoria, visto que possuía o conhecimento das runas, e era relacionada à divinação. Freyja lidera o palácio conhecido como Folkvang, bem como as Valquírias que carregam os caídos em batalha para seu castelo, dividindo os heróis com Odin e o Valhalla.
   Essa deusa é descrita como sendo de beleza incondicional, é caracterizada por ter tido muitos amantes, possui olhos claros, sardas, e suas lágrimas transformam-se em ouro, as quais chorava por falta de seu marido Od, misteriosamente sumido. Diz-se que Od pode vir a ser Odin, e Frigga seria a mesma deusa que Freyja.
   Possuía um manto de penas que permitia-na transformar-se em um falcão para que voasse através dos nove mundos; diz-se também que podia tomar a forma de um corvo ou de uma coruja. Freyja comandava uma carruagem que era puxada por dois gatos selvagens e, com ela, podia viajar entre qualquer lugar da Yggdrasil. Possuia também um colar mágico conhecido como Brisingamen, que podia ser usado como colar ou como cinturão. Para consegui-lo, deitou-se com os quatro anões que o forjaram, e assim obteve um dos artefatos de maior beleza que se pode citar.
   Existem histórias que divergem a respeito do roubo de sua joia. Uma delas conta que Loki roubou-o, e o escondeu em Dreun, para que ela não o encontrasse. Em prantos, a deusa chorou por todos os momentos, e Hearhden, o ferreiro dos deuses, disse-lhe onde o colar estava. Ao ir recuperá-lo, Hel não deixou que partisse do reino dos mortos sem que lhe desse algo em troca. Então, fez um acordo, onde Loki ficaria com o colar durante metade do ano, e Freyja durante os outros seis meses. Durante os meses em que o colar estivesse com Loki, o mundo decaía no inverno e na tristeza; quando retornava para as mãos da deusa, tornava-se novamente alegria, as flores desabrochavam e o calor retornava.
   A outra história diz que Odin, irritado com sua volúpia ao deitar-se com muitos homens, ordenou que Loki furtasse seu colar. Heimdall, o guardião da Bifrost, viu o roubo e perseguiu Loki até que retornasse o colar para sua dona. Travaram uma intensa disputa, que marcou o início de um ódio mútuo entre Heimdall e Loki. Há uma versão que diverge aqui também que cita que Odin apenas aceitou que o Brisingamen fosse devolvido à Freyja caso uma guerra fosse iniciada em Midgard, no reino dos humanos.
   Como os Vanir por natureza possuíam forte ligação com artes xamânicas e mágicas, Freyja é atribuída por deter os conhecimentos da Seidr, a magia essencialmente praticada pelos nórdicos. A Seidr abraçava também o conhecimento das runas como oráculo, como forma de influenciar no destino, e como alfabeto também, e por este conhecimento, Odin sacrificou-se por nove dias na Yggdrasil, para então ensinar aos humanos como utilizá-lo. Quem geralmente mantinha este conhecimento eram as Völvas, sacerdotisas de Freyja. Diz-se que Freyja (entretanto por vezes diz-se que era Frigga) fia os fios a serem tecidos e trançados pelas Nornes, que são as deusas do destino (passado, presente e futuro), e ela pode então interferir através de sua magia seidhr, ou através das runas, bem como todos os outros deuses e nossas próprias ações modificam a teia de fios do universo.
   Seus elementos são o fogo, a água e a terra; seus animais totêmicos são o gato, o falcão, a porca; suas cores são o dourado, o vermelho-escuro e o verde; as plantas relacionadas à Freyja são a macieira, a cerejeira, a valeriana e a verbena, a rosa e a mandrágora; suas pedras são o olho-de-gato, o âmbar, pedra do sol, esmeralda, safira, granada, ouro e cobre; seus símbolos são o colar Brisingamen, o manto de falcão, luvas de pele de gato, a carruagem solar conduzida por seus gatos, joias, mel, caldeirão, linho, seda e veludo. Runas de Freyja são a Fehu, Kenaz, Wyn, Peorth, Berkana, Laguz, Inguz e Cweorth. Rituais dedicados para esta deusa: amor, fertilidade, sexo, sensualidade, poder mágico, divinação, sabedoria, iniciação, poder feminino, sedução, runas, e magia seidhr no geral.

Algumas informações foram adaptadas do livro Mistérios Nórdicos, de Mirella Faur, que está nos livros recomendados com link para leitura online.

domingo, 26 de outubro de 2014

Odin

   Odin, ou Woden, é o líder de Asgard, pai de muitos deuses da mitologia nórdica, e possui um papel central no panteão. É associado a muitas coisas, como a sabedoria, a guerra e a vitória, o xamanismo, a morte, a magia, o aprendizado, a poesia, a caçada e aos céus.
   Diz-se que Alfadur, um dos nomes pelo qual Odin é conhecido, costuma mudar de forma para um senhor muito idoso e cego de um olho, ou para um corvo, de maneira a observar os acontecimentos em Midgard (Terra).
   Ele possui dois lobos, chamados Geri e Freki, que dormem aos seus pés no trono em Asgard, que o acompanham em batalhas, e alimentam-se dos cadáveres caídos, bem como o alimento que Odin não come durante os banquetes - alimenta-se apenas de Hidromel. Também possui dois corvos, Munin e Hugin, que reúnem-se durante a noite para contar-lhe o que viram em todos os cantos do universo. Além disso, Loki presenteou-o com Sleipnir, o cavalo de oito patas, que pode cavalgar em qualquer terreno mais velozmente que qualquer outra montaria.
   Utiliza como armadura além de seu elmo de ouro, a lança Gungnir, que possui as runas entalhadas no cabo, e nunca erra seu alvo. Em seu trono, Odin pode observar todos os nove reinos, e é dito nas Eddas* que é o primeiro e mais poderoso dos filhos de Bestla e Bor. Juntamente com seus irmãos, Vili e Ve, derrotou o gigante Ymir e a partir de seu corpo os nove reinos foram moldados.
   Odin, para ganhar a sabedoria das Runas, pendurou-se na Yggdrasil, a árvore do universo, empalado por sua lança, durante nove dias e nove noites. Assim, ele trouxe essa sabedoria para os homens e ensinou-os a utilizar as Runas como instrumento de conexão com os deuses, como talismãs e também alfabeto.
   Seus filhos mais conhecidos, com sua esposa Frigg, são Thor, Baldur, Vidar, Vali. As Valquírias, semideusas que recolhem os mortos em batalha, levam-nos para o castelo de Odin em Asgard, chamado Valhalla. No Valhalla, os deuses e os heróis que tiveram uma morte honrosa durante combate festejam, bebendo hidromel que provêm da cabra Heidrun - que nunca cessa a produção de hidromel - e alimentando-se do javali Sæhrímnir que durante todos os dias renasce, e, durante o dia, divertem-se em lutas e batalhas entre si, até que o Ragnarok aconteça. Estes heróis, então, lutarão ao lado dos deuses. Nesta última batalha, Odin morre, através do filho de Loki, o lobo Fenrir.
   Costumava-se ofertar sacrifícios em festivais a Odin alguns sacrifícios que remetiam à sua jornada pelo conhecimento das Runas. Muitos dos cultos como o equinócio de outono eram dedicados a ele. Dezembro era conhecido como Dezembro da Caça Selvagem (Wild Hunt December), e durante o dia 20, caçava-se em honra a ele. O Walpurgis, que se iniciava em 22 de abril, marcava o início de um festival de nove dias e nove noites para honrar o sacrifício feito pelo deus na Yggdrasil.
   O símbolo que representa Odin é o Valknut, composto de três triângulos entrelaçados. As Runas, a lança, os lobos e os corvos também são símbolo deste deus, bem como um ancião pode representá-lo.

sábado, 25 de outubro de 2014

O Pêndulo

   É uma das formas de divinação mais antigas de que se tem registro. Também é um dos oráculos mais simples e práticos; pode ser utilizado para responder quaisquer dúvidas sem muita complexidade.
   Por exemplo: se você deseja saber se determinada deidade tem lhe enviado sinais para que você a cultue, você pode pedi-la através do pêndulo que lhe diga se sim ou se não.
   Os pêndulos podem ser feitos de qualquer material. Desde pêndulos de madeira, sementes grandes, cristais, ossos, até materiais mais complexos e lapidados. Sempre são presos em um cordão flexível que permita a movimentação do pêndulo para que haja a resposta.
   A divinação através do pêndulo se dá por seguir o movimento dele livremente, e interpretar isto através da sua intuição, ou de tábuas com locais definidos para "sim" e "não", como as tábuas de ouija. Os reflexos de suas mãos serão refletidos por divindades, caso você peça pela ajuda de uma, ou pelo universo em si, que ressonará respondendo sua pergunta.
   Você não o movimentará, apenas deixará suas mãos relaxadas, com seus cotovelos apoiados em uma mesa ou superfície plana, e seguirá sua intuição para entender o que ele lhe responderá. Para utilizar o pêndulo, então, você deve estar emocionalmente neutro. Não o use para perguntas muito elaboradas, para isto temos muitas outras formas de divinação complexas e mais completas. Resuma-se ao sim, não, e ocasionalmente, talvez.

Exemplo de pêndulo confeccionado
através de macramê (amarrações
com cordão) e um cristal.

   Se você não puder comprar, ou não se sentir atraído por nenhum pêndulo que encontrar em lojas, sinta-se livre para confeccionar o seu. A corda deve possuir aproximadamente 10 a 25cm, e a ponteira pode ser feita de qualquer material que sua imaginação permitir. Se você tiver um cristal que gosta muito, amarre-o em um cordão e utilize-o. Madeira, ossos, anel, o pingente de algum colar -desde que seja um tanto pesado -, são utilizados.
Tábua para leitura de pêndulo com temática nórdica.
   Ao obter seu pêndulo, consagre-o da mesma maneira que citei para a consagração simples, e verifique se o mesmo está funcionando fazendo-o perguntas simples cujas respostas possam ser respondidas com sim ou não. Por exemplo, "Eu moro em (sua cidade)?". "Eu tenho (sua idade) anos?". Faça perguntas que sejam tanto verdade quanto mentira, até que perceba que seu pêndulo apenas lhe diz a verdade.
   Utilize superfícies (por exemplo, tábuas de madeira gravadas, tecidos pintados, ou folhas desenhadas) que lhe auxiliem a gravar os sentidos da resposta, como a tábua acima. É necessário consagrar o pêndulo e a tábua de leitura junto para que funcionem perfeitamente. Praticantes com maior experiência no uso dessa ferramenta divinatória podem consagrar seus pêndulos e tábuas para receber mais formas de respostas, como "provavelmente", "dificilmente", "incerto".
   Lembre-se de não deixar que pessoas toquem em seu pêndulo, pois ele é muito pessoal, e de energizá-lo frequentemente.

A decifrar os movimentos,
   Alannyë Daeris.

Roda de Hécate - Strophalos

   Roda de Hécate, Hecate's Wheel ou Strophalos são nomes pelos quais este símbolo é conhecido. Foi citado no Oráculo Caudeu, um texto escrito no século II d.C. Neste texto, o Strophalos é dito como sendo uma serpente desenhando um labirinto com seu corpo ao redor de um espiral.
   A serpente representa a sabedoria e o renascimento, e o círculo mais externo pode ser considerado tanto o universo como a unidade da Deusa Trina.

   Especula-se que este símbolo fora muito modificado, e remonta a muito antes da civilização grega. Não sabe-se exatamente de quando provêm a criação da roda, apenas pode-se estimar que seja da época das sociedades matriarcais, aproximadamente no 3º milênio a.C.
   É utilizado para representar Hécate, bem como Diana na cultura da Stregheria/Bruxaria Italiana. Também é usado como mandala para meditação, talismã, invocação e seu desenho pode ser refeito em círculos mágicos.
   No sentido mais amplo, pode ser utilizado em qualquer honraria à Hécate, ou Diana nos cultos diânicos. Representa a Deusa Tríplice, a sabedoria e o renascimento, o espiral da vida, enfim, são diversas as formas que o Strophalos pode ser utilizado e/ou interpretado.

Beltane

   Beltane, Beltain, ou May Day é o festival céltico que marca o início permanente do calor - embora fosse símbolo da primavera para os celtas, que muito cultuavam-no. Tem semelhanças com a Floralia, um festival romano dedicado à Flora, deusa das flores e da fertilidade.
   É um sabbath de felicidade, de fertilidade, do retorno da luz e do calor (como cultuado no Hemisfério Norte). Comemora-se na data de 31 de Outubro, no Hemisfério Sul, e em 1 de Maio, no Hemisfério Norte.
   A partir do Ostara, o festival anterior, os dias são mais longos do que as noites; o Beltane é, então, a celebração das flores, da alegria e do calor cada vez mais presente, da vida se manifestando em todas as maneiras na natureza. É o oposto do Samhain, quando a natureza adormece com a morte do Deus; no Beltane, a natureza está em sua plenitude, o Deus e a Deusa são jovens e estão comemorando seu casamento, bem como neste momento a Deusa já está grávida de seu consorte.
   Não apenas a fertilidade é muito forte neste Sabbath, mas também a luz, que são representadas pelas fogueiras, ao redor das quais os celtas dançavam, cantavam, praticavam intercursos para representar o Grande Rito da Deusa e do Deus, e dançavam ao redor dos mastros de fitas (May Pole). Também usam-se coroas de flores, guirlandas para enfeitar a casa, fitas coloridas, toca-se música e recitam-se poemas de amor.

   Grandes banquetes são comuns para comemorar este Sabbath, com muitos doces, bolos, ponches, vinho e cidra, alimentos leves e frutas. As fogueiras são em homenagem ao deus celta Belenos; nesta fogueira, quemam-se galhos e ofertam-se coisas aos deuses para trazer a proteção e o amor nesta parte do ano repleta de luz e calor. Era um costume apanhar água de fontes naturais (lagos, rios, oceano, fontes, poços), pois é considerada mágica e pode ser usada durante o ano inteiro em banhos de beleza, ou para a saúde no geral.
   Você pode acender seu caldeirão em chamas para queimar ervas ou para honrar os deuses e seu casamento sagrado, acender velas e dançar ao redor delas, ou abrir seu círculo e deixar seu caldeirão com chamas no centro, enquanto o circunda no ritual. Você pode passar entre duas velas, em uma adaptação ao costume de passar entre duas fogueiras/tochas, para afastar doenças e quaisquer energias negativas de sua vida.
   Confeccione um May Pole com fitas coloridas, amarrando-as/pregando-as no topo e então girando-as como se estivesse tecendo uma trança. Traga uma pequena árvore ou galhos caídos para formar uma representação, e amarre fitas coloridas nos ramos, bem como faça um amuleto para honrar o casamento sagrado, e pendure-o na árvore. Estes amuletos podem ser saquinhos com pedras, ervas, flores, colares, enfim, o que você desejar oferecer aos deuses. Cada fita amarrada na sua árvore pode representar um desejo, e sua cor estará ligada a ele.

Bastão de ervas para queimar
   Também pode-se unir diversas ervas típicas desde Sabbath (a listinha estará logo abaixo), enrolá-las em um pequeno bastão, trançá-las com as fitas coloridas, e então queimá-las como um incenso. O exemplo está na imagem ao lado.
   Se desejar conexão com a natureza neste dia que ela é tão favorecida, caminhe em um parque, colha flores (sempre pedindo permissão à natureza e deixando oferendas), enfeite sua casa e seu altar, mexa com plantas, e lembre-se de divertir-se e honrar os deuses como quem diverte-se em um casamento.
 
   Poções, feitiços e magias para fertilidade, início de projetos e planos, sexualidade/vida sexual, amor e felicidade são muito favorecidos neste Sabbath. Deixe seus pudores de lado e aproveite toda a energia sexual do Beltane para pedir felicidade sexual com seu parceiro. Caso esteja solteiro, aproveite o Beltane para pedir que os deuses tragam seu consorte.

Comidas: alimentos que contenham leite, baunilha, canela, bolos de especiarias, mel, cidras e sucos naturais de frutas, vinho. As frutas podem ser desde a banana, o morango, pêssego, maracujá, abacaxi, todas as que estiverem em sua estação podem ser aproveitadas nos sucos, nos bolos, biscoitos e o que mais sua imaginação permitir.
Ervas: Amêndoa, Baunilha, Manjerona, Angélica, Freixo, Rosa,  Margarida, Olíbano, Hera, ervas que tenham relação com amor e fertilidade.
Pedras: Quartzo Rosa e Quartzo Verde, Cristal, Esmeralda, Turmalina, Rubi, pedras também que possuam relação com amor e fertilidade.
Cores: Verde, Vermelho, Cor-de-Rosa.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Senhor das Sombras

   Esta face é mais sombria e obscura do Deus, equivalente à face Deusa Anciã - embora possamos fazer ligações também com a Deusa Negra. O Senhor das Sombras é quem domina o submundo, quando o Deus parte em busca de Summerlands e lá perece, levando consigo a vida da superfície, que só se renova quando o Deus renasce no útero da Deusa. No inverno, conhecemos esta face do Deus através do frio, do adormecimento dos animais e das plantas.
 
   É uma face muito temida do deus, da mesma maneira que a Deusa Anciã, mas que não deve ser vista com maus olhos. O Senhor das Sombras é necessário para que o ciclo da vida perpetue, para que renasçamos no útero da Deusa, para que as coisas sigam na roda natural da vida. Geralmente, esta face não é muito cultuada separadamente, embora tenha suas representações em deuses específicos.
 
   O Deus é a luz, mas em contrapartida, também é a escuridão. Ele nos guia e nos orienta nos aspectos mais sombrios e renegados de nós mesmos; nos mostra nossos instintos, nossos desejos e medos que por vezes costumamos enterrar e esquecer. Ele sabe nossas limitações, e pode nos mostrar o caminho para que consigamos dominá-las, desde que sejamos sinceros e não tenhamos medo.

   No Samhain, essa face do Deus se aflora perfeitamente. Durante todo o inverno, vemos o Senhor das Sombras levar a natureza consigo para o submundo, para que ela volte rejuvenescida. Ele também se encarrega de nos levar para o submundo, e de administrá-lo. Assim, rituais para encerramento, banimento, e para completar ciclos são ótimos quando se contata esta face do Deus.

   Deuses com a face Senhor das Sombras aflorada: Hades, Donn, Osiris, Plutão, Anubis, Serapis, Ninazu, Mictlantecuhtli.

Óleo de Hécate

   Este óleo pode ser utilizado para consagrações, feitiços de banimento, de final, para romper laços, bem como para abrir caminhos e resolver situações - ou seja, esses e ainda mais todos os domínios de Hécate. Uma ótima magia para Esbaths dedicados à ela.

Ingredientes

☽❍☾ 500ml de azeite (qualquer um de sua preferência, mas, com prioridade, azeite de oliva);
☽❍☾ Três colheres de vinho (qualquer um de sua preferência também);
☽❍☾ Três folhas de louro;
☽❍☾ Três dentes de alho, que podem estar picados em cubos, macerados, ou ainda apenas seu extrato.
☽❍☾ Opcional: uma hematita, obsidiana, ônix, pedras ligadas à Deusa, ou, caso seja um óleo para uma situação específica, utilize uma pedra que tenha ligação com o desejo em questão. Se você for aumentar a quantidade de óleo a ser preparado, aumente proporcionalmente os outros ingredientes. Não recomendo que se substitua ingredientes ou aumente/diminua-os sem necessidade.

Preparação

   Consagre as folhas de louro, pedindo as bênçãos aos elementais da terra, ou à Hécate, ou a alguma deusa da natureza (como, por exemplo, Gaia). Depois, faça-o com o alho, consagrando exclusivamente para Hécate, pois esta é uma planta consagrada a ela naturalmente. Se desejar, pode consagrar os outros ingredientes também, à sua livre escolha. 

Ritual

   Disponha no centro de seu altar, ou no local onde você vá preparar o óleo, um desenho com a Roda de Hécate. É este símbolo aqui, caso não conheça:

   
   Será utilizado para energizar e amplificar o poder da sua consagração. Faça-o no chão com giz, em uma folha de papel, como desejar. Trace o círculo mágico ao seu redor, e, caso queira fazê-lo fisicamente, utilize alho, lavanda, mirra, artemísia, hortelã, ou até mesmo dentes de leão, que são todas plantas ligadas à deusa. 
   
   Da mesma maneira, traga para seu círculo mágico, seja ele no altar ou não, um incenso de alguma destas plantas. Caso seu óleo tenha uma finalidade específica, utilize um incenso que reforce a consagração do óleo para seu desejo. Por exemplo, caso seu óleo for utilizado para trazer sorte, uma boa pedida seria um incenso de laranja, ou mesmo queime-a durante o término do preparo do óleo.
   Acenda uma vela que tenha ligação com suas motivações para a criação do óleo - ou, caso não possua uma motivação, que seja preferencialmente preta, vermelha ou roxa. 
   É interessante acender mais de uma ao redor do local onde você misturará os ingredientes, então, pode fazer um círculo amplo em sua frente, com o desenho da Roda de Hécate ao centro. 
   Se você for utilizar esta magia em um Esbath, ilumine bem o aposento com velas de cores para honrar Hécate, pelo menos durante a preparação.

   Em um recipiente grande o suficiente para a mistura dos ingredientes, coloque primeiramente as folhas de louro. Elas podem estar moídas, bem como podem ser apenas dispostas inteiras no seu óleo. 
   Adicione o alho e as colheres de vinho, e, caso for utilizar um cristal, deixe para colocá-lo na garrafa ou pote que armazenará o óleo consagrado depois de pronto. Então, coloque o óleo puro.
   Mexa a mistura no sentido anti-horário, de preferência, enquanto visualiza o que deseja com ela. Proteção? Prosperidade? Mais bênçãos de Hécate em sua vida? Banimento de coisas ruins? É seu momento de fortalecê-la.
   Medite com Hécate e peça sua presença no círculo. Sinta-a, converse e ouça sua voz, cante para ela, dedique um pouco de si para honrá-la. Termine seu óleo ao despejá-lo na garrafa ou pote que seja destinado a ele, e adicione, se for utilizar, a pedra para fortalecer a energização. 
   Se for continuar a trabalhar com Hécate, prossiga seu ritual. Caso não, agradeça, faça-a uma oferenda, seja através de um desenho, um poema, uma arte, ou mesmo um alimento, e despeça-se dela. Quando sentir que ela já não está mais presente consigo, pode desfazer o círculo, ou mesmo continuar a celebrar o que quer que seja.

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Leite Consagrado

   Esta receitinha pode ser feita facilmente por qualquer um que deseje aumentar sua conexão com a Deusa, ofertar algo simples mas especial para alguma deidade, ou trazer determinadas propriedades para sua vida. A receita pode ser adaptada de acordo com seus desejos.

   Em 500ml de leite, adicione seis miolos esfarelados de camomila - ou o próprio pó da mesma -, três pitadas generosas de canela em pó e três pitadas do pó, ou algumas pétalas de calêndula.
   Agite, tampe e aqueça o leite, e então deixe-o na geladeira. Você pode modificar as ervas de acordo com a necessidade: quer fazer uma oferenda a uma deusa específica? Troque a camomila por uma erva ligada à deusa. Precisa de mais amor em sua vida? Acrescente mais canela, e talvez um pouco de baunilha, ou algumas raspas de laranja. Em um ritual, consagre-o à Deusa, ao Deus, ou à deidade que você desejar ofertar o leite. Faça sempre que achar necessidade, quando desejar honrar os deuses, ou apenas sentir que precisa de mais conexões com a natureza.