sábado, 9 de maio de 2015

Mito da Criação: Mitologia Asteca


   A mitologia asteca é uma das mais ricas e repletas de diferentes deidades, possuindo caráter politeísta. Existe uma enorme gama de deidades, também pelo fato de que o povo asteca incorporava aos seus cultos os Deuses de povos que eram conquistados.
   O mito de criação asteca possui diferentes versões, pois era transmitido de forma oral entre o povo, porém há um consenso sobre a história mais recorrente, que é a descrita no decorrer deste texto. É conhecida como "A Lenda do Quinto Sol".

   Haviam existido cinco eras de criação e destruição do mundo. Durante cada uma destas eras, diferentes deidades tiveram domínio sobre a terra, os quais foram destruídos e divididos entre outros inúmeros sóis - ou seja, alusão às estrelas e ao universo.
   Ometeotl, o criador do universo, era tanto macho quanto fêmea. Este deu à luz as quatro direções, personificadas como deidades: norte, sul, leste e oeste. Para criar os humanos, era necessário um sacrifício, e cada deidade sacrificou-se em nome de sua própria criação.
   O primeiro mundo foi criado por Tezcatlipoca, e era habitado somente por gigantes, mas acabou quando os gigantes foram devorado por onças.
   O segundo mundo, conhecido como mundo do sol, foi criado a partir do sacrifício de Quetzacoatl, e era povoado por seres humanos. Foi assolado por enchentes, furacões e catástrofes, e seus habitantes refugiaram-se em árvores, tornando-se macacos.
   O terceiro mundo era feito majoritariamente por água, e foi criado pelo deus Tlaloc. Os povos que habitavam este mundo comiam apenas sementes aquáticas, até que o deus Quetzacoatl fez chover fogo e cinzas sobre o mundo. Desta forma, os seres que não pereceram tornaram-se aves e outros animais.
   O quarto mundo foi criado por Chalchiuthlicue, irmã e esposa de Tlaloc. Também era repleto de água. Seu planeta foi destruído por enchentes, e todos os seres que o habitavam tornaram-se peixes e animais aquáticos.
   Após todos estes acontecimentos, os Deuses reuniram-se em Teotihuacán para definir finalmente quem se sacrificaria para criar o quinto mundo, que deveria prosperar. O deus Huehueteotl, senhor do fogo e da idade, acendeu uma grande fogueira cerimonial, para que o sacrifício fosse feito e o último mundo fosse criado. No entanto, nenhuma deidade possuía coragem de ofertar a si mesmo, e foi decidido por todos que a deidade que deveria sacrificar-se era Tecucitecatl. No momento de adentrar as chamas, este vacilou, e uma deidade de menor importância - Nanahuatzin -, conhecida por ser humilde e de poucos recursos, lançou-se na fogueira sem hesitar.
   Ao ver que Nanahuatzin havia sacrificado-se e se tornado o Deus-sol do quinto mundo, Tecucitecatl retoma a coragem e adentra a fogueira cerimonial, decidindo acompanhá-lo, tornando-se o Deus-Lua. Os Deuses reunidos sacrificam-se para criar a água preciosa, o elemento essencial para o sangue, e a vida é criada no quinto mundo - ou seja, a própria Terra. Por este motivo, os sacrifícios eram necessários: para honrar ao ato realizado pelos Deuses no momento da criação dos humanos, e também para manter os Deuses do Sol e da Lua em seu movimento essencial à vida.

A contemplar a criação,
   Alannyë Daeris Aiodunn.

2 comentários:

  1. Adorei! Não sei nada de mitologia asteca e usei o texto como referencia para estudos. Realmente bom.

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  2. como eu consigo copiar o texto? Preciso desse mito para o trabalho asteca.

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